Macedônia do Norte - O novo nome será reconhecido?

O que há em um nome? No dia 25 de janeiro, após meses de negociações, os parlamentares da Grécia votaram no reconhecimento de seu vizinho do Norte (a Macedônia), como "Macedônia do Norte", encerrando uma disputa de 28 anos com a pequena nação balcânica e abrindo caminho para a adesão à Otan e à UE.

O resultado foi saudado como uma conquista histórica. Mas a Macedônia não é o único país que mudou seu nome ultimamente. Em 2016, a República Tcheca adotou "Czechia" (em português ficou como "República Checa), como a versão oficial do seu nome. E no ano passado o reino africano da Suazilândia foi renomeado "eSwatini" (Essuatíni) por seu monarca todo-poderoso.

Os países mudam seus nomes por várias razões históricas e culturais. No caso da Macedônia, o objetivo era resolver reivindicações rivais sobre um nome que remonta ao antigo reino de Alexandre, o Grande. Para eSwatini, o objetivo era ir além de seu passado colonial e afirmar uma identidade africana - foi um dos poucos países africanos que escolheram manter o nome usado por seus colonizadores europeus depois de obterem a independência.

O objetivo da República Checa era muito mais prático. O país espera que o nome mais rápido seja mais adequado para uso informal, da mesma forma que a "Eslováquia" é usada para a República Eslovaca.

Infelizmente, novos nomes de países podem ser lentos para pegar. Um retrospecto de algumas das mudanças mais significativas do século 20, usando dados do Google NgramViewer, um banco de dados com mais de 5 milhões de trabalhos impressos, sugere que pode levar anos para que um novo nome ganhe uso generalizado.

Depois que a antiga colônia britânica do Ceilão adotou o nome Sri Lanka em 1972, levou quase uma década para o novo nome ganhar mais menções literárias do que seu antecessor. O nome Zimbábue ultrapassou a Rodésia em cerca de metade desse tempo. Quando a junta militar birmanesa de Mianmar mudou o nome do país para Myanmar em 1989, alguns governos estrangeiros relutaram em reconhecer a mudança, com base em que isso poderia ser visto como garantia da legitimidade do regime. Em 2008, o nome Birmânia ainda era mencionado em livros de língua inglesa mais de duas vezes mais do que em Mianmar.

Se a Macedônia do Norte vai conquistar o público, ainda é preciso ser visto. O nome ainda não foi enviado para o banco de dados de nomes geográficos das Nações Unidas, e o Google Maps ainda marca o país "Macedônia (FYROM)". Mudança leva tempo. Mas dentro de alguns anos a disputa sobre o nome do reino, uma vez governado por Alexandre, o Grande, pode finalmente ter passado para a história.