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Comissão da Câmara do Rio defende ampliação de políticas públicas e medidas de controle do mosquito transmissor da Leishmaniose

Comissão de Saúde quer mais ações de prevenção, mais testagem para identificar os animais contaminados e encaminhá-los para o tratamento

Por Portal Eu, Rio! em 24/06/2023 às 10:37:45

Foto: Divulgação

Para debater medidas de controle e tratamento da leishmaniose visceral animal, a Comissão de Saúde Animal da Câmara Municipal do Rio promoveu nesta sexta-feira (23), a audiência pública "A situação da Leishmaniose animal na cidade do Rio de Janeiro", no Palácio Tiradentes.

O número de notificações quadruplicou nos últimos seis anos no Rio, de acordo o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária da Prefeitura do Rio (IVISA-RIO). Foram 601 registros em 2017, saltando para 2.841 em 2022. Os bairros com mais casos confirmados são o Centro e as zonas Portuária e Norte, com destaque para o Méier.

“Estamos aqui para cobrar da Prefeitura e dos órgãos competentes que fortaleçam as políticas públicas municipais voltadas à Leishmaniose animal com ações de combate ao mosquito transmissor, ampliação da testagem dos animais e do tratamento veterinário e que a prefeitura forneça o medicamento gratuitamente", cobrou o vereador Dr. Marcos Paulo, que alerta sobre a subnotificação: “O número oficial de casos de Leishmaniose animal está aumentando ano após ano e, certamente, a realidade pode ser muito pior”.

De acordo com os especialistas, ainda não existe cura definitiva para a Leishmaniose visceral canina e, muitas das vezes, devido ao alto custo do tratamento/controle clínico, os animais são encaminhados para eutanásia ou acabam abandonados. Segundo a coordenadora do Laboratório de Vigilância Entomológica da Fiocruz, Elizabeth Ferreira Rangel, as medidas de prevenção e controle da zoonose devem ter como alvo o vetor (mosquito palha).

“Nossa experiência mostra que quando se fala em prevenção, a ação mais eficaz é realizar campanhas educacionais para esclarecer a comunidade como evitar a proliferação do vetor”, explicou a pesquisadora.

Presença ilustre

Presença ilustre no debate, a vira-lata Sorriso, de seis anos, portadora da doença, foi acompanhada da tutora advogada Sofia Wajnsztok. A cadela fez todo o tratamento e acompanhamento no veterinário e, atualmente, está “negativada” para doença.

A tutora explica que a rotina é de muito amor e brincadeira com o animal, precisando de alguns cuidados especiais como ir ao veterinário uma vez ao ano, tomar a medicação e usar a coleira-repelente. “Ela veio para mim com uma missão: salvá-la. É uma cadela perfeita, pede carinho para todo mundo”. Emocionada, Sofia ainda faz um pedido: “não abandonem os animais com Leishmaniose. Lutem, eles vivem por muito tempo”, garante.

O debate foi acompanhado por protetoras de animais da cidade, representantes das Comissões de Proteção Animal das subseções da OAB Barra da Tijuca e Leopoldina, e tutoras de cães que convivem com a Leishmaniose. Participaram da mesa da audiência, os demais vereadores da Comissão Especial de Saúde, Paulo Pinheiro (PSOL) e Luciana Novaes (PSOL); a Coordenadora do Laboratório de Vigilância Entomológica da Fiocruz, Elizabeth Ferreira Rangel; a presidente do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-RIO), Aline Borges; e o conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RJ), médico-veterinário Julio Israel Fernandes; e o presidente da SUIPA, Marcelo Mattos Marques. A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Animal (SMPDA) foi convidada, mas não enviou representante.



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