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Paulo Azeviche lança o single solar mediterrâneo “Drago”

Cantor decidiu revisitar seu primeiro disco, de 2013, e extrair dele faixas para serem relançadas

Por Portal Eu, Rio! em 25/07/2023 às 07:00:00

Paulo Ceviche. Foto: Divulgação

A partir de janeiro de 2023, Paulo Azeviche decidiu revisitar seu primeiro disco, de 2013, e extrair dele faixas para serem relançadas nas plataformas. Os takes originais foram restaurados e remasterizados para trazer uma versão com o som modernizado e mais potente.

“Drago” ainda não havia sido gravada por ninguém quando Paulo Azeviche estava em busca de músicas para integrarem o disco “Abaixo a Cueca”. Além de composições próprias e de folclore, ele decidiu, seguindo conselho do cantor Edy Star (que participou da faixa-título do primeiro disco de Paulo), buscar composições novas, inéditas. Foi então que, questionando o produtor do disco, Paulo Baiano, surgiu uma versão demo de “Drago”, imediatamente escolhida por Azeviche.

Juntos, em estúdio, Paulo Baiano e Paulo Azeviche desenharam este arranjo marítimo, mágico e mediterrâneo para a faixa, com um canto apaixonado de pé de ouvido, criando o primeiro registro oficial desta bela obra que, anos depois, foi regravada pelos próprios autores.

A faixa foi gravada em agosto de 2012 no Escritúdio Cobaia, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. O disco que ela integrava foi lançado, somente em versão física, em março de 2013. A música não chegou a ser trabalhada como single, recebendo somente agora o destaque merecido.

História da composição

Marcos Sacramento estava em temporada de shows no sul da França. Em uma pequena praia na região de Nice, só havia uma cabana pequena de venda de bebidas, onde Marcos viu Drago. Era um rapaz marroquino, de uns 19 ou 20 anos, que trabalhava como garçom. Ele estava deitado na praia, de bermuda, sem camisa, já que não havia freguês: um corpo lindo. Marcos ficou inebriado com sua beleza. Ele parecia o Aladdin. Então nesta mesma casa onde estava hospedado, Sacramento escreveu a letra e enviou por e-mail para Paulo Baiano, que foi extremamente rápido, já criando a melodia para a letra e enviando a música pronta também por e-mail quando Sacramento ainda estava lá, a esta altura, em pleno verão europeu. Ele frequentou a casa onde Marcos e a amiga estavam hospedados para drinques e conversa. E, de repente, sumiu. Talvez nem estivesse legalizado na França. Nunca mais foi visto. O que se guardou de tudo isso foi o nome icônico, “Drago”, muito fantasioso, e a imagem bonita dele. Tudo era fascinação: começo de verão, sul da Europa, aquele homem lindo, a praia, o azul do mediterrâneo.

Em sua discografia dos anos 2000, muito dedicada ao samba, Marcos Sacramento não teve a oportunidade de inserir uma balada pop como “Drago” em seus discos, gravando-a somente em 2017. A gravação de Paulo Azeviche é de 2013. Sacramento não deu nenhuma sugestão a Paulo Baiano para a parte harmônica e melódica. Este, porém, soube imprimir o clima mediterrâneo francês deste amor platônico ao buscar inspiração em Henri Salvador, que foi um grande sucesso mundial nos anos 50, considerado um dos precursores da bossa nova. A inspiração harmônica e melódica vem deste artista e do desejo de projetar na obra uma energia solar mediterrânea, diferente do sol carioca, ainda que a música tenha sido feita com um no mediterrâneo e o outro no Rio de Janeiro.

Sobre Paulo Azeviche

Paulo sempre esteve vinculado à luta pela liberdade sexual e identitária, a liberdade de expressão artística. Já escreveu para teatro-musical e foi mentorando do cantor e compositor Dani Black no curso “Compositor Extraordinário”, onde fez diversas e importantes novas pontes. A mentoria trouxe novos acessos ao campo sutil da criatividade e, cada vez mais, Paulo Azeviche se sente à vontade e preparado para transformar em música sua visão purpurinada e bethânica do mundo.

Depois de dançar nas pistas luminosas de sua música “Cuiabá (Cadê o moço?)” e de “Rebolar Gloriosa” em seu lançamento para o carnaval de 2023, agora o resgate de “Drago” vem mostrar um lado mais introspectivo, escorpiano, apaixonado de seu desejo e tesão artísticos, bem como reivindicar credibilidade junto à MPB. Afinal, a dupla de compositores Paulo Baiano e Marcos Sacramento é cultura ao infinito. E foi para Paulo Azeviche que ambos deram a música inédita, confiando em sua visão e em seu cantar.

Azeviche foi personagem de matéria d´O Globo em 2013 sobre a estética LGBT na música brasileira. Também em 2013 ganhou o Troféu Triângulo Rosa, conhecido como Oscar Gay, do Grupo Gay da Bahia, pela gravação de um disco com músicas homoeróticas. O cantor Edy Star participou do seu primeiro disco, que contou também com composição de Rogério Skylab. Já em 2016/17 apareceu no documentário “Copan 60 horas” (Globonews).

Em 2021, a faixa foi incluída no curta-metragem “Hortelã”, dirigido por Thiago Furtado e roteirizado por Ítalo Damasceno. O filme foi agraciado com prêmios de melhor curta no Festival Petit Pavè (Curitiba-PR) e melhor filme LGBTQIA+ no Festival RibaCine (Rio Bonito–RJ).

Fotos da capa e fonte

O ensaio fotográfico foi feito em 2011 por Luiz do Patrocínio (multiartista que esteve presente no elenco dos dois primeiros videoclipes de Paulo Azeviche: “Zangão” e “Polka”). Numa fazenda em Paulínia, interior de São Paulo, foram registrados closes que buscam dar rosto a um personagem tão lúdico e cativante como Drago. O batom vermelho é o toque que sela o romantismo que o cantor buscou imprimir, na faixa, uma assinatura.

Já a logo utilizada para o letreiro “Drago” na capa foi pintado por Lilly Ankh, utilizando uma fonte popularmente utilizada por povos ribeirinhos do norte do Brasil para nomear os seus barcos pesqueiros, numa leitura que associa o mar mediterrâneo com a brasilidade do cantor.



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