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Blocos exaltam o poder feminino no Carnaval de rua do Rio

A aposta é em ações e performances de enredos inspirados nas mulheres.

Por Alexandra Silva em 18/02/2019 às 14:06:12

Hoje, as mulheres estão à frente da organização de blocos, na produção, composição e nas baterias. Foto: Mulheres Rodadas/Facebook

É inegável o aumento da participação das mulheres nos blocos ao longo dos anos. Já foi o tempo em que a representação feminina no carnaval, era com homens mal vestidos de mulher. Hoje, as mulheres estão à frente da organização de blocos, na produção, na composição de sambas, nas baterias e onde mais ela achar que deve. A importância e o respeito à mulher está em discussão no carnaval de rua. E para exaltar a força e a feminilidade da mulher, blocos cariocas da Liga Carnavalesca Amigos do Zé Pereira, que desfilam pela Zona Sul e Centro do Rio de Janeiro, apostam em ações, performances de enredos inspirados nas mulheres.

A Liga dos Amigos do Zé Pereira incentiva a inclusão da mulher em todas as áreas dos blocos do seu carnaval, de integrante de bandas de percussão até enredo de desfile. Entre o carnaval de 2016 e 2017, os casos de violência sexual contra mulheres registrados pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) aumentaram 88%, por isso, o objetivo da Liga este ano é mobilizar a maior quantidade possível de foliões sobre a importância e o respeito às foliãs.

Este ano, pela primeira vez, o assédio sexual é considerado crime e prevê pena de 1 a 5 anos de prisão para quem cometer importunação sexual, que é a prática de ato libidinoso contra alguém sem seu consentimento.

"O carnaval é a maior e mais bonita festa popular do Brasil. E não combina e nem condiz com a intolerância e o desrespeito. Cabe a nós, organizadores, incentivar a conscientização sobre o assunto e fazer do carnaval uma festa democrática e igualitária", explica Rodrigo Rezende, presidente da Liga dos Amigos do Zé Pereira.

As mulheres têm uma importância histórica no samba, e exaltar esse feminino nos blocos é mais do que essencial. Um dos mais conhecidos blocos formados por mulheres no Rio é o Mulheres de Chico, que desfila há 13 anos, cantando músicas do cantor Chico Buarque em ritmo de samba, ijexá, funk, frevo, entre outros.

Outro bloco que surgiu a partir do empoderamento feminino foi o Mulheres Rodadas. Criado em 2015, como forma de protesto contra uma postagem machista feita na internet que dizia: "Não mereço mulher rodada". O bloco desfilou na quarta-feira de cinzas daquele ano e reuniu mais de 3 mil pessoas, na maioria mulheres.

A Liga dos Amigos do Zé Pereira é uma das principais organizações do carnaval de rua do Rio, trazendo oito importantes blocos do eixo centro-zona sul: Bloco A Rocha, Bloco Céu na Terra, Bloco Laranjada, Bloco Orquestra Voadora, Bloco Quizomba, Bloco Toca Rauuul, Bloco Último Gole e Bloco Vaga Lume O Verde.

Já recebeu prêmio de maior organização do carnaval de rua. Além disso, a Liga há 7 anos, juntamente com outras associações e blocos, estabelece um diálogo para buscar a legalidade do carnaval de rua do Rio, que não havia sido regulamentado na sua especificidade, até o ano de 2016.

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