Na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes são 25 parlamentares, mas desde o início da atual legislatura já passaram pela Casa 40 vereadores e ocorreram mais 11 reconduções. O entra e sai no parlamento, incluindo nomeações de assessores, causou um gasto em torno de R$ 1,1 milhão entre 2017 e 2018 com rescisões. Os vereadores afastados pela Justiça são investigados na Operação Chequinho da Polícia Federal (PF) que apura uso do programa social Cheque Cidadão para compra de votos na eleição de 2016 na cidade.
"A minha expectativa é que o mais rapidamente possível o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) defina e julgue todos os recursos e processos, para que haja uma efetividade e não transições, esse entre e sai que vem ocorrendo nesse um ano e meio", diz o presidente da Câmara de Vereadores, Marcão Weber (PR).
Nesta terça-feira, o quadragésimo vereador assumiu o mandato, Eduardo Crespo (PR), que admite não saber até quando ficará, pois quem foi afastado está recorrendo para tentar retornar. "Quero trabalhar independente do tempo, pode ser um dia, um mês ou até o final do mandato", falou Crespo. O novo vereador ficou como 5º suplente nas eleições de 2016, obteve 907 votos. "Foi à eleição que tive menos votos e consegui um mandato", lembra Crespo que em 2011 recebe quase 2 mil votos, mas não foi eleito.
De acordo com a Justiça a Operação Chequinho teria sido liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, a partir da utilização irregular do programa social Cheque Cidadão. Garotinho nega a acusação e aponta um conluio entre PF, Ministério Público e segmentos da Justiça Eleitoral para incriminá-lo.