TOPO - PRINCIPAL DOE SANGUE - 1190X148

De reabilitação a cuidados paliativos, transição de cuidados abrange diferentes faixas etárias

Jovem, adulto ou idoso em reabilitação de lesão medular ou acolhimento paliativo são alguns dos atendimentos realizados em clínicas

Por Portal Eu, Rio! em 12/08/2023 às 20:02:14

Foto: Divulgação

Diferentes casos de reabilitação de pacientes por incapacidade temporária ou definitiva são tratados em clínicas de transição de cuidados, e garantem o tratamento específico a cada situação ou nova realidade. Jovem, adulto ou idoso em reabilitação de lesão medular ou acolhimento paliativo são alguns dos atendimentos realizados em clínicas de transição de cuidados.

Uma paciente jovem com diagnóstico de Astrocitoma Anaplásico, por exemplo, necessita de cuidados paliativos. Trata-se da reafirmação sobre a vida e a morte como processos naturais e que tem o objetivo de integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais à questão clínica de cuidado do paciente. Não se trata de apressar ou adiar a morte, mas oferecer um sistema de apoio para auxiliar a família a lidar com a doença, em seu próprio ambiente.

A meta de tratamento é ressignificar o sentido da morte e a valorização emocional. “Durante a elaboração dos medos e o sofrimento familiar, onde as ligações afetivas são as principais responsáveis pelos seus recursos de enfrentamento, são desenvolvidas estratégias de valorização dos seus desejos e falas construídas como legado junto aos seus entes queridos. Para exemplificar, uma carta pode ser escrita como forma de eternizar as memórias por meio das palavras”, declara Gracy Kelly da Silva Oliveira, psicóloga da Clínica YUNA.

Segundo a especialista em cuidados paliativos, esse é um dos maiores desafios em cuidados paliativos, ou seja, dar voz ao paciente em um cenário de despedida e sofrimento familiar. “Implantamos a ‘última carta” como forma de validar a necessidade de deixar seus anseios a quem a amava”, declara.

Outra situação enfrentada foi compreender o prazer que ela tinha nos alimentos preparados pela irmã, principalmente doces (descrito no quadro biográfico). Para atender a esse desejo, com a supervisão do serviço de nutrição, a irmã pode utilizar a cozinha compreensiva para fazer o doce. “Com isso, foram mantidos momentos para desfrutar de prazeres gustativos, uma vez que era um dos principais valores de vida da paciente: ter a troca afetiva através da alimentação”, explica Oliveira.

Quando se fala em cuidados paliativos, se fala em vida. Diante de tantos enfrentamentos, trazer os valores da trajetória de uma pessoa que está em processo de despedida é essencial. “Afinal, é o instante de trazer dignidade para o plano assistencial, valorizar a existência do paciente como um legado, cuidar de seus sentimentos, de suas dores, de sua espiritualidade. Ao mesmo tempo, é preciso amparar a família, acolher o sofrimento e ressignificar o ser humano por meio do que é a eternização da vida: suas memórias”, completa a psicóloga.

Outro caso comum em transição de cuidados é o atendimento ao paciente após uma lesão medular, que sofre com a perda súbita da função neurológica abaixo do nível da lesão. Muitas vezes definida como paraplegia ou tetraplegia, é importante lembrar que a função desenvolvida pela medula interfere não só nos movimentos, mas também nas funções orgânicas, como, por exemplo, o controle da bexiga e do intestino.

A reabilitação do paciente lesado medular visa promover a recuperação neurológica máxima possível e, também facilitar as adaptações necessárias para maior independência e autonomia. É trabalhado durante todo o processo o ganho de força muscular, a estimulação sensorial, cuidados com as articulações, controle de tônus muscular e saúde da pele. Além disso, cuidados com as funções orgânicas com a bexiga e intestino são ensinados para que o paciente mantenha seu corpo saudável.

“A equipe multidisciplinar trabalha para atender todos os aspectos da reabilitação, sejam eles biológicos, psíquicos e sociais. À medida que vai se recuperando, a equipe oferece apoio e suporte para que ele enfrente as mudanças provocadas pela lesão ao mesmo tempo que busca recuperar ao máximo sua função neurológica”, esclarece Luca Adan, fisiatra da YUNA.

Já os pacientes crônicos, também conhecidos como de Cuidados Continuados, muitas vezes se beneficiam por estar em uma clínica de transição de cuidados em função de ter sua demanda assistencial diária garantida. Isso se aplica, inclusive, a necessidade de acompanhamento médico para ajuste de medicação e equipe especializada para manejo e gerenciamento das necessidades diárias.

“É muito comum pacientes com múltiplas internações hospitalares seguidas manterem-se estáveis e sem necessidade de novos manejos em hospital de agudos após serem admitidos. Como eles passam a contar com acompanhamento médico periódico, enfermagem e equipe interdisciplinar, é possível antever descompensações ou tratar de modo muito precoce mudanças no quadro geral, inclusive abreviando sua estada e seu retorno ao lar”, explica André Daniel Tavares, Médico Clínico Geral e Geriatra, também Diretor Clínico da YUNA.

POSIÇÃO 3 - DENGUE1190X148POSIÇÃO 3 - DENGUE 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.