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Pesquisa revela que 42% dos brasileiros estão trabalhando mais de 40 horas por mês

Para especialista, o excesso de trabalho não funciona como uma ponte para o crescimento profissional, mas para a síndrome de Burnout

Por Portal Eu, Rio! em 23/08/2023 às 10:00:00

Para Patrícia Y. Agopian, trabalhar muitas horas pode desencadear distúrbios emocionais como a Síndrome do Esgotamento Profissional, conhecida como burnout. Foto : Divulgação

A escassez de emprego e a alta competitividade tem levado muitos profissionais do mercado corporativo a exceder a carga horária da sua jornada de tralho, seja para mostrar desempenho e garantir a sua vaga ou para mirar em uma promoção. Pesquisa recente realizada pela Oracle e Workplace Intelligence, feita com 12 mil funcionários de 11 países, identificou que um dos problemas relatados foi a dificuldade de separar a carga horária de trabalho com o tempo livre.

Entre os brasileiros, 42% disseram que estão trabalhando mais de 40 horas por mês – percentual acima da média global (35%). Para a especialista em carreira, Patrícia Y. Agopian, trabalhar muitas horas não é sinônimo de sucesso profissional. Segundo ela, isso pode desencadear distúrbios emocionais como a Síndrome do Esgotamento Profissional, conhecida como burnout.

“Os gestores precisam ter responsabilidade moral e emocional sobre a sua equipe, porque dependendo do nível que aquele profissional for pressionado, isso acarretará o desenvolvimento de alguma doença ocupacional como o burnout. Estipular metas e garantir resultados faz parte da vida corporativa de qualquer profissional, mas a maneira com que essas cobranças são feitas é que faz a diferença. Não adianta o líder de equipe traçar objetivos inalcançáveis e depois fazer o seu time trabalhar dobrado, levando-os ao esgotamento, ou cobrar excessivamente ao ponto disso se tornar uma ameaça que prejudique a sua estadia na empresa”, explica a CEO da Bússola Executiva, escola on-line de aceleração de carreira que já educou mais de 3 mil brasileiros.

Crescimento profissional não está relacionado a longas jornadas de trabalho

Ainda segundo a especialista em carreira, trabalhar mais horas por dia não é sinônimo de uma garantia de vaga ou promoção, mas sim uma boa formação, um plano de carreira e uma estratégia para executar essa caminhada.

“É claro que ter uma boa formação e certas especializações vão ser fundamentais para alcançar seus objetivos profissionais, mas o que vemos hoje em dia são pessoas sem saber onde querem checar e ou sem um planejamento de carreira. Onde você quer chegar? E o que e como pretender chegar até lá? O melhor executor, não necessariamente vai se tornar um executivo ou o melhor gestor por conta delas. É necessário equilibrar essa balança. A falta de planejamento pode levar a estagnação, baixa produtividade, frustração, vitimismo e procrastinação”, explica Patricia Y. Agopian.

De acordo com a paulista que atuou 20 anos como executiva de compras no varejo, para crescer no meio corporativo, o profissional precisa evoluir suas habilidades.

“No começo, ele precisa entender como a execução funciona, ir muito bem na execução e começar a conduzir pessoas. Em seguida, ele começa a pensar na melhor estratégia para que a execução aconteça em linha com as metas e lá em cima, seja apenas estratégico. Para isso, o profissional precisa de um plano. Se desenvolver tecnicamente é mais fácil, mas para chegar a um cargo de liderança, a pessoa precisa se desafiar, aprender novas habilidades, novas capacitações. Isso é diferente de trabalhar muitas horas na execução”, explica.





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