Um levantamento realizado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostrou em números o que vem acontecendo em relação a convivência nos condomínios do RJ. De janeiro de 2018 a dezembro de 2022 foram registrados no Estado 35.244 casos de ameaça, lesão corporal dolosa, tentativa de homicídio e feminicídio envolvendo vizinhos. A soma equivale a uma ocorrência a cada uma hora e meia, em média.
Somente até o fim de maio deste ano, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) já registrou 226 casos ligados ao direito de vizinhança. Os motivos são os mais variados: desde disputas por vagas de garagem a implicância contra o vaso de planta colocado em algum lugar que desagrada a alguém. As queixas, muitas vezes, resultam em chamados para a PM e registros na delegacia.
O síndico do Condomínio Cores da Lapa, Paulo Badin, conta que os principais conflitos entre vizinhos são comportamentais. “Os mais comuns envolvem cachorros (latidos, fezes e urinas em áreas comuns), crianças (bagunça e barulho) e obras fora do horário. Também existem os problemas com objetos que caem de um apartamento para o outro abaixo. Esses são mais complicados de resolver, pois afeta diretamente o morador em sua casa e, na maioria das vezes, é impossível identificar de onde veio. Essa situação já gerou registro de ocorrência e ação judicial, mesmo com intervenção da administração”, explicou.
Para evitar problemas com os vizinhos, a gerente geral de Gestão Predial da Estasa - administradora que atende mais de 600 condomínios no Rio de Janeiro -, Anna Carolina Chazan, preparou cinco dicas para uma boa convivência:
1. Respeite as regras internas do seu condomínio, como regimento interno e convenção;
2. Seja tolerante com as diferenças, respeite o próximo e evite acusações. Quando for pedir ou questionar, seja sempre educado e cortês ou faça isso por intermédio do síndico.
3. Seja adimplente com suas obrigações;
4. Participe das assembleias do condomínio;
5. Comunique ao síndico qualquer irregularidade dentro do condomínio, pois ele deve tomar as providências cabíveis, de acordo com as normas vigentes.
“A figura do síndico tem ganhado destaque dentro dos condomínios. Ele se tornou esse mediador de conflitos, uma referência que apazigua e encontra soluções”, conta Anna, que aconselha os moradores a sempre procurar o síndico antes de buscar ajuda externa.