No Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, data instituída em 2011 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em 30 de agosto, o Disque Denúncia participou, nesta quarta-feira, do evento de “Enfrentamento e Prevenção ao Desaparecimento de Pessoas no Rio de Janeiro: Avanços e Desafios”, na Sede da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
O encontro foi organizado pelo Núcleo dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (NUDEDH) e pela Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSOD).
O debate sobre avanços da política de enfrentamento e prevenção ao desaparecimento de pessoas e desafios a serem superados, contou com a presença de representantes do Ministério Público do Rio de Janeiro, Polícia Civil, Fundação para a Infância e Adolescência, Disque Denúncia, Cruz Vermelha, ONG Mães Braços Fortes, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e a Defensoria Pública do Rio.
No ano de 2022, o Brasil registrou 74.061 pessoas desaparecidas, média de 203 casos diários e um aumento de 12,9% comparado ao ano anterior, é o que mostram os dados do relatório anual do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no ano de 2022, a maior incidência de desaparecimentos foi entre pessoas de 15 a 29 anos, o que representa 1.839 casos. Em seguida, na faixa etária entre 0 e 17 anos, foram 1.258 desaparecidos. Pessoas com mais de 60 anos representam o menor número de casos, sendo 609 registros. Entre crianças e adolescentes, 60,5% dos desaparecimentos são de mulheres, enquanto entre jovens de 15 e 29 anos, os homens representam 63.1% dos casos. O mesmo perfil se repete entre idosos, sendo 68,3% de desaparecimento.
O Programa Desaparecidos, do Disque Denúncia, foi criado em 2016, e ganhou força em 2018, passando a dar apoio e orientação aos familiares de pessoas desaparecidas, divulgando cartazes e recebendo denúncias, com o intuito de facilitar a localização. O programa conta com as parcerias do Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID) e do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (SINALID).
O Disque Denúncia do Rio de Janeiro recebeu no ano passado, 299 denúncias sobre desaparecidos, e contabilizou 119 pessoas foram encontradas. Desde a criação do programa, mais de 1500 denúncias foram recebidas.
Para Renato Almeida, Diretor-Geral do Instituto MovRio e Coordenador-Geral do Disque Denúncia, a ideia do programa Desaparecidos é atenuar a dor dos familiares, oferecendo um atendimento mais humanizado. “As informações e fotos para a confecção dos cartazes são fornecidas pela família, e contribui muito para ajudar a polícia com pistas de possíveis paradeiros, e para que a população reconheça a pessoa do cartaz e entre em contato com o Disque Denúncia. Não é necessário se identificar, mas é fundamental fazer a ligação ajudando com informações”, explicou o Diretor.
O Programa Desaparecidos disponibiliza o telefone (21) 98849 6254 para que cidadãos ajudem a localizar o paradeiro de uma pessoa. Esta ação visa também proteger os familiares, que são orientados para não repassarem seus números de telefones particulares, a fim de evitar golpes de indivíduos mal intencionados que tentam se aproveitar do momento de fragilidade da família. Além do canal direto do Desaparecidos, o Disque Denúncia disponibiliza os números (21) 2253 1177 (funciona também como WhatsApp anonimizado) e o 0300 2531177 (Interior do estado).