Malize lota o Teatro Laura Alvim e mostra que a música autoral e a nova cena da MPB têm espaço

A música autoral e a nova MPB foram destaques na Casa de Cultura Laura Alvim lotada de jovens fãs do trabalho do cantor, compositor e multi-instrumentista Malize. O artista de 24 anos vem se destacando, na nova cena carioca, pela criatividade de sua caneta e pelas performances na guitarra. O show “Amor Raro” foi apresentado pela primeira vez, com incentivo do Governo do Estado, pelo Prêmio Funarj de Música Ao Vivo 2023, no Teatro Laura Alvim, em Ipanema.

Malize, que estuda Arranjo e MPB na Unirio, surpreendeu entrando pela plateia, enquanto sua banda, composta por Jão Ribeiro (baixo) e Zé Mario (bateria), prenunciava o início da música Anatomia, uma das mais conhecidas do seu público. Durante o show, o músico apresentou um repertório de canções autorais e apenas duas releituras, “Último Dia”, de Paulinho Moska, ganhou um mashup inusitado com o tango de Astor Piazzola, muito bem executado em um solo de guitarra, e “Odara”, de Caetano Veloso, que recebeu um arranjo original, com uma pitada de rock e solos de guitarra, em mashup com “Boa Noite”, de Djavan. Malize recebeu convidados especiais e apresentou algumas parcerias inéditas com a banda Tem Amor e com MP Freire. A mais recente é “Cilada”, que chegará às plataformas digitais no próximo de 22 de setembro.

“Preparei esse show com muito carinho, planejei cada detalhe, foi meu primeiro show autoral com banda na Zona Sul. Queria muito mostrar o momento que estou vivendo e o que tenho produzido, mas esse espetáculo foi muito além das minhas expectativas. Incrível ver e ouvir a plateia cantando comigo minhas canções”, conta o artista, que em 2019 fez uma temporada de quatro shows, em voz e violão, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Teatro Rogério Cardoso, com capacidade para até 60 pessoas e retornou agora para um show no Teatro Laura Alvim, com capacidade para 190 pessoas.

Malize, que já abriu shows de artistas como Rodrigo Suricato e Kleiton & Kledir, foi finalista no “Prêmio Bar MPB”, promovido pela Antena 1, que teve na banca jurados nomes como Roberto Menescal e Nelson Farias, e já se apresentou em muitos palcos da cidade. Malize, a cada novo show, costuma explorar suas influências na MPB e apresentar canções com um tempero bem brasileiro, misturas regionais e experimentações sonoras, sempre deixando em evidência sua latinidade e sua veia pop rock.

“Fazer mais esse show em power trio — guitarra, baixo e bateria — me permitiu manter uma dinâmica mais acelerada. Acho que o público entendeu isso e veio junto comigo. No final, já estávamos todos bem sintonizados e a energia era uma só”, completa o artista.

Com uma estética jovem, uma pegada tropicalista, solar, numa linguagem direta, Malize deixa o amor ficar em evidência de todas as formas, no repertório e na forma com que lida com o público durante e após o show. “A música autoral por meio de editais ganha novos caminhos e novos apreciadores”, segundo Malize. Assim como ele, há inúmeros artistas da cena carioca esperando apenas uma boa oportunidade para mostrar seu trabalho e ser apresentado ao público.