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Coleção reúne jovens artistas com obras visuais periféricas

evento de lançamento das publicações acontece na Biblioteca Popular Municipal Cecília Meireles, em Jacarepaguá

Por Portal Eu, Rio! em 18/09/2023 às 08:41:45

Fotos: Divulgação

As obras de três artistas visuais de subúrbios cariocas foram transportadas para as páginas dos livros da coleção Subúrbio Singular: Jovens Artistas Contemporâneos, a ser lançada no dia 18 de setembro, na Biblioteca Popular Municipal Cecília Meireles, em Jacarepaguá. O projeto, que tem como objetivo fortalecer a produção artística suburbana, foi selecionado no Programa de Fomento à Cultura Carioca (FOCA), da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. A coleção da Atelier Editora, selo editorial da plataforma Atelier Cultura, inclui três livros inéditos dedicados ao trabalho dos artistas visuais Ana Hortides, Andréa Hygino e André Vargas, com textos críticos dos curadores Pollyana Quintella, Raphael Fonseca e Silvana Marcelina, todos periféricos e emergentes, cariocas atuantes da cena artística contemporânea.

A coleção Subúrbio Singular: Jovens Artistas Contemporâneos surge do desejo de fomentar e dar visibilidade à produção de artistas visuais emergentes, negros e LGBTQIAPN+, nascidos ou que desenvolvam suas práticas artísticas em subúrbios do Rio de Janeiro, cujo trabalho verse ou reflita sobre questões periféricas. “Subúrbio Singular vem do desejo de fomentar a prática artística oriunda do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, mapeando artistas emergentes, mulheres, negros e dissidentes que desenvolvam por meio de seus processos artísticos questões urgentes à contemporaneidade, e, desse modo, pensando e elaborando seu primeiro livro de carreira”, explica Ana Hortides, artista e organizadora da coleção.

Além dos textos inéditos sobre os artistas, produzidos pelos curadores, cada livro conta com biografia, cronologia, registro de obras e a listagem das obras. E todas as publicações têm tradução dos textos para o inglês. Vale destacar que obras e livros trazem discussões múltiplas e interdisciplinares urgentes à contemporaneidade, como moradia, território, protagonismo feminino, decolonialidade, língua, etnografia, ensino e educação. Ana Hortides trabalhou com a curadora Pollyana Quintella no livro “Meu lugar”; Andréa Hygino com Raphael Fonseca em “O corpo dissente”; e André Vargas com Silvana Marcelina em “Os dois gumes da palavra: o feitiço e o corte”; todos – artistas e curadores – cariocas atuantes da cena artística contemporânea.

Nesta segunda-feira (18), das 14h às 17 horas, a Biblioteca Popular Municipal Cecília Meireles, no Pechincha, Jacarepaguá, receberá sessão de autógrafos com os três artistas da coletânea, que também participarão de um seminário. A proposta é aproximar o público de todo o processo de trabalho artístico e promover o debate a respeito dos temas relevantes aos nossos dias. Com isso, na ocasião do lançamento, haverá também uma série de três oficinas gratuitas, com 15 vagas cada. A artista Ana Hortides vai ministrar a oficina de câmara escura, na qual apresentará de forma divertida e educativa os princípios da técnica fotográfica explorando as paisagens do entorno. Já Andréa Hygino realizará a oficina de cologravura, em que os participantes vão experienciar a técnica da gravura por meio da criação de carimbos. Com André Vargas, os participantes produzirão faixas, sendo estimulados a pensar criticamente esse espaço de comunicação e expressão, conjugando a isso o sentido poético das palavras e frases criadas.

“Estamos empenhados em ampliar o acesso à publicação e ao trabalho desses artistas e curadores tão ativos na cena contemporânea. Assim, distribuiremos gratuitamente uma cota das publicações em seu lançamento na Biblioteca Cecília Meireles, no Pechincha, quando teremos oficinas gratuitas com os artistas para os moradores e escolas do entorno”, conta Joana Nantes, produtora e organizadora da coleção.

SOBRE OS LIVROS

A primeira publicação da coleção é "Meu lugar", da artista Ana Hortides, com texto de Pollyana Quintella. A artista pesquisa e constrói uma poética em torno das questões políticas e sociais que envolvem a casa e o íntimo, sob o ponto de vista de quem nasceu e cresceu no subúrbio carioca, problematizando, de forma material e conceitual, o que chama de uma potência política do doméstico.

"O corpo dissente", de Andréa Hygino, é o segundo livro que compõe a série. Com texto de Raphael Fonseca, a publicação traz trabalhos da trajetória da artista, em que as memórias de infância se entrelaçam às experiências do presente como artista-professora/professora-artista e à condição da educação pública no Brasil.

O terceiro livro é "Os dois gumes da palavra: o feitiço e o corte", de André Vargas, e conta com texto de Silvana Marcelina. Além de artista visual, André é compositor, poeta e educador. Em seu trabalho, testa os (não) limites da norma, para pensar as possibilidades de novas existências das coisas, das relações, dos sentimentos, das pessoas e dele próprio. Também faz da palavra ferramenta de mediação de diálogos, de olhar crítico, de instauração de novos e outros gestos, de outros modos de ser.

Para a idealizadora Joana Nantes, "a partir de cada livro, é possível conhecer a trajetória e poética dos artistas e aproximar-se de suas vivências. Ao folhear as páginas do livro de Ana Hortides, nota-se a evidente a maneira pela qual, ao longo dos anos, a artista investigou uma extensa diversidade de materiais que permeiam os espaços domésticos, como a banha, o açúcar, o carvão, a madeira e até mesmo o concreto. A materialidade dos objetos do cotidiano são fundadores da sua poética artística”.

Joana Nantes segue contando: "já um detalhe instigante na trajetória de Andréa Hygino é que alguns de seus trabalhos surgiram utilizando a gravura como suporte, apropriando-se como matriz, dos riscos, rabiscos e marcas feitos por estudantes nas carteiras escolares disponíveis no terraço da sua mãe, que atua como explicadora até os dias de hoje. Por sua vez, na publicação de André Vargas, é possível observar como o artista trabalha no resgate de sua ancestralidade como um meio de compreender as bases das culturas linguísticas, religiosas, históricas e estéticas que compõem a brasilidade à qual pertence, sendo a cultura popular a principal expressão desse alicerce."

O projeto propõe ainda promover a acessibilidade para o público surdo por meio de um vídeo legendado que apresentará depoimentos dos artistas e dos curadores. O conteúdo será disponibilizado gratuitamente on-line.


Serviço

Lançamento da coleção Subúrbio Singular: Jovens Artistas Contemporâneos com sessão de autógrafos, seminário e oficinas

Data: 18 de setembro, segunda-feira, das 14h às 17h (oficinas das 14h às 15h)

Local: Biblioteca Popular Municipal Cecília Meireles

Endereço: Praça Geraldo Simonard s/nº – Pechincha, Jacarepaguá

Entrada gratuita

SOBRE AS OFICINAS

Oficina de câmara escura com a artista Ana Hortides

Sinopse: A oficina propõe a experiência da construção de uma câmara escura para crianças, com o uso de cartolina, que apresentará aos participantes os primórdios da técnica fotográfica de forma lúdica e sensível. Além da feitura do objeto, os participantes serão convidados a observar o espaço ao redor com as câmeras, conversando sobre fotografia e a experiência vivenciada.

Lotação: 15 crianças

Faixa etária: 10 a 14 anos

Todos os materiais necessários serão fornecidos pelo projeto.

Oficina Corpo-cadeira com a artista Andréa Hygino

Sinopse: A oficina vai realizar uma “cologravura” com crianças utilizando uma base de papelão e e.v.a. para a criação de carimbos que remetem, de forma lúdica, ao processo e à experiência de produção de uma gravura. Os participantes serão instruídos a criar formas híbridas de carteiras escolares e corpos para a elaboração dessa matriz, que será a base do carimbo utilizado para imprimir as imagens em folhas de papel.

Lotação: 15 crianças

Faixa etária: 10 a 14 anos

Todos os materiais necessários serão fornecidos pelo projeto.

Oficina Poesia Faixa Preta com o artista André Vargas

Sinopse: Oficina para crianças de produção de faixas com mensagens poéticas sobre as potências fundadoras da cultura negra em nossa constituição como nação. Os participantes serão estimulados a pensar criticamente a ideia da faixa enquanto espaço de comunicação e expressão, conjugando a isso o sentido poético das palavras e frases criadas.

Lotação: 15 crianças

Faixa etária: 10 a 14 anos

Todos os materiais necessários serão fornecidos pelo projeto.

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