As facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Amigos dos Amigos (ADA) estão controlando o tráfico em diversas localidades do município de Casimiro de Abreu, no interior fluminense. Os grupos foram alvos nesta quinta-feira (28) das operações Independente II e Vale do Indaiaçu desencadeadas pelo Ministério Público Estadual e Polícia Civil.
A primeira operação tem tem como objetivo cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra 15 integrantes de associação criminosa ligada à ADA.
Já a operação ‘Vale do Indaiaçu’ visa ao cumprimento de 32 mandados de prisão contra membros de quadrilha de traficantes de drogas ligada ao CV. Também neste caso foram expedidos mandados de busca e apreensão nas residências de denunciados e também nos presídios onde alguns se encontram acautelados. o
O grupo criminoso vinculado à ADA foi estruturado com o objetivo principal de comercializar entorpecentes nas comunidades Industrial e Professor Souza. Relata o MPRJ que, entre março de 2016 e setembro de 2018, os denunciados, com uso de armas, praticavam outros crimes distintos, incluindo homicídios, diretamente ligados à prática da venda de substâncias ilícitas.
De acordo com a denúncia, enquanto chefe da quadrilha, Manoel Ramon da Cruz, vulgo ‘Nenel’ ou ‘Patrão’, financiava os gastos necessários à operacionalização, manutenção e ampliação do esquema criminoso, partindo dele o custeio da aquisição de drogas e armas, bem como o pagamento dos custos de logística e dos integrantes do grupo. Vale destacar que, tendo sido preso em 2015, mesmo do interior do sistema penitenciário do Estado do Rio do Janeiro, onde ainda se encontra, Manoel Ramon permaneceu coordenando o grupo, repassando as ações aos demais associados no tráfico e recebendo o produto oriundo da venda de entorpecentes.
Já o CV domina os bairros e comunidades conhecidos como Mataruna, BNH, Santa Ely, Perimetral, Casinhas, Parque Vale do Indaiaçu e Centro.
Toda a atividade criminosa do grupo era coordenada por Flávio Ferreira de Lima Silva, o Patolino que foi preso em 2016. Era ele que repassava todas as ações aos comparsas associados no tráfico e recebia a maior parte do produto oriundo da venda de entorpecentes. Determinava, ainda, a realização da contabilidade, bem como as demais funções dos integrantes a ele “hierarquicamente” subordinados.
Patolino exercia, ainda, em última instância, o juízo disciplinar sobre os demais membros da quadrilha e moradores dos bairros dominados pelo grupo, uma vez que, na qualidade de líder da organização, autorizava a prática, bem como praticava diversos crimes violentos contra desafetos e traficantes insubordinados, além de constantemente entrar em conflito armado com policiais militares. Com sua prisão, Erique Junior Marques Mello, vulgo Kill, se tornou o novo manda-chuva do tráfico