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Risco de desidratação aumenta durante o verão

Idosos e crianças são os mais vulneráveis

Por Cristina Ramos em 02/03/2019 às 15:06:50

Foto: Pixabay

Beber líquido regularmente é mais do que um hábito saudável, porque quando falta água no organismo, os efeitos podem ser devastadores. A desidratação é uma questão séria que afeta a população e o risco aumenta durante o verão, especialmente entre crianças e idosos. A gastroenterologista do Grupo São Cristóvão Saúde, Dra. Tábata Antoniaci, explica que essas faixas etárias são as mais sensíveis ao problema. “As crianças desidratam mais facilmente devido às suas características biológicas; os idosos, geralmente, sentem menos sede e costumam fazer uso de medicamentos diuréticos”, destaca.

A grande perda de líquidos e a baixa reposição acabam interferindo em grande parte nos processos realizados pelo corpo, como a digestão. “Todas essas funções são afetadas quando há um desequilíbrio entre a necessidade e a ingestão (de água)”, afirma Cintya Bassi, nutricionista do Grupo São Cristóvão Saúde.

Um levantamento feito pela Secretaria da Saúde de São Paulo em 2013 revelou que, naquele ano, os hospitais públicos receberam uma média de 25 pessoas por dia vítimas de desidratação. Segundo Cintya, esse quadro se agrava em dias quentes, devido a maior perda de água pelo corpo através do suor.

Sintomas da desidratação

Dor de cabeça, sede intensa e boca seca podem servir de alerta. Esses são os primeiros sintomas que indicam que a quantidade de líquido no organismo está baixa. Além desses, outros sintomas podem aparecer, dependendo da intensidade do problema: urina escura ou pouco frequente – como a urina é composta basicamente por água, a cor fica alterada devido a maior concentração de outras substâncias; pele seca – com menos água no organismo a pele fica seca e repuxada;  desmaios ou tonturas – por se perder líquido rapidamente, a pessoa passa por um episódio de hipotensão; cansaço – com a falta de água o corpo fica fraco; quando a pele perde elasticidade – após um teste com um beliscão, a pele demora a retornar; perdas gastrointestinais – vômito, diarreia e sangramento; perdas renais – doenças renais específicas.

De todos os sintomas de desidratação apresentados, a diarreia é o mais comum. E está atrelada a falta de higiene, de condições de saneamento básico e intoxicação alimentar. Lavar bem os alimentos, lavar as mãos após usar o banheiro e antes de consumir determinado alimento, conservar e respeitar a validade preconizada pelo fabricante devem ser atitudes rotineiras.

De acordo com a Organização mundial da Saúde (OMS), a diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados. A doença diarreica pode ser classificada em três categorias:

Diarreia aguda aquosa - diarreia que pode prevalecer até 14 dias, determina perda de grande volume de fluidos e pode levar a desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus na maioria dos casos e ocasionar desnutrição, se a alimentação fornecida não for de forma adequada e se episódios sucessivos acontecerem.

Diarreia aguda com sangue (disenteria) - é caracterizada pela presença de sangue nas fezes. Representa lesão na mucosa intestinal e pode ser associada a infecção sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação.

Diarreia persistente - quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pode provocar desnutrição e desidratação. Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade.

A doença diarreica, na maior parte das vezes, representa uma infecção do tubo digestivo por vírus, bactérias ou protozoários. Tem evolução autolimitada, mas pode ter consequências graves como desidratação, desnutrição energético-proteica e óbito. E nem sempre é possível identificar o agente causador do episódio diarreico.

Desidratação leve e moderada:

A pessoa apresenta pele seca, olhos fundos, diminuição da sudorese, cansaço, dor de cabeça, tontura e, em bebês, moleira afundada.

Desidratação grave:

Ocorre queda de pressão arterial, perda de consciência, convulsão, coma, falência de órgãos e morte.

De acordo com a gastroenterologista Tábata Antoniaci, a desidratação, em longo prazo, acaba prejudicando a função do intestino de retirar água do que comemos e bebemos para usar nas funções vitais do corpo. O ideal, para evitar essa situação, é aumentar a ingestão de água.

Dra Tábata conta que alguns alimentos podem ser bons aliados nessa hora. “Alface, beterraba, couve, tomate, aipo, rabanete, carambola, pepino, morango, melancia e melão possuem alta concentração de água em sua composição, o que ajuda a manter o organismo bem hidratado e funcionando corretamente”.

No caso das crianças muito pequenas, que ainda não sabem se comunicar quando estão com sede, e dos idosos em idade mais avançada, é preciso intensificar a oferta de líquidos durante o verão. A melhor forma de fazer isso é deixar recipientes com água fresca ao alcance da mão e incentivá-los a beber um pouco a cada hora.

De qualquer forma, todas as faixas etárias ficam mais suscetíveis à desidratação durante o verão, portanto, a dica da nutricionista Cintya Bassi, é sempre carregar uma garrafa de água. “É preferível criar o hábito de ingerir líquidos ao longo do dia ao de consumi-los somente quando a sede aparece”, explica.

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