Festas, músicas e polêmicas marcam passagens dos brasileiros pela Rússia

Uma Copa do Mundo é sempre repleta de histórias não só futebolisticamente falando. A conexão entre os povos de todo o mundo em um único país, além de ser algo que só o esporte proporciona. Festa, música e clima de harmonia podem também acabar com brigas, confusões, polêmicas e o caso mais sério, o assédio. O carioca Alexandre Vasconcelos, de 34 anos, que trabalha com Marketing e hoje reside na cidade de São Paulo, viajou acompanhado da esposa Luciana Braga e vivenciou de perto, durante uma semana, essa mistura de culturas dentro e fora dos estádios russos.

À primeira vista Alexandre e a esposa Luciana se impressionaram com a grandiosidade dos prédios e palácios modernos ou da época do comunismo “Tudo é repleto de muita história e beleza”. O carioca também falou da receptividade dos russos, principalmente em São Petersburgo, “muito educados e simpáticos e sempre fazendo festa quando encontravam brasileiros”. O brasileiro disse ainda que não encontrou nenhuma tipo de dificuldade com idioma, alimentação e elogiou bastante os serviços de transporte, hospedagem e segurança no período que ficou pela Rússia.

O brasileiro também comparou com a Copa de 2014, realizada no Brasil, e achou tudo muito parecido com outros eventos esportivos que acontecem em todo o mundo, “É como em outros eventos no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, se você chegar em cima da hora, vai enfrentar filas, mas de resto, tudo flui muito bem”. Apesar de voltar ao Brasil antes do inicio da fase de mata-mata, Alexandre disse a emoção de assistir um jogo decisivo ainda na fase de grupos, “Fui ao jogo Polônia x Senegal, em Moscou, e ir em partidas aleatórias é uma experiência muito legal. Os sons, as conversas, é tudo muito mágico, e a roupagem da Rússia, toda sua beleza, sua história, uma combinação imbatível.”

Alexandre também não poderia deixar de falar falou sobre toda a repercussão do vídeo em que torcedores brasileiros aparecem assediando mulheres russas, “É uma situação que causa vergonha, além de obviamente desrespeitosa, extremamente sem graça”. O brasileiro completou ainda dizendo que é preciso ter cautela e sempre tratar todos com o máximo respeito, “Nos dias de hoje a consciência e respeito tem de ser exercícios diários, lutando contra piadas e comportamentos com os quais fomos criados e condicionados desde pequenos, hoje isso não basta”.

O CEO da Copa da Rússia, Alexey Sorokin, primeiro alegou desconhecimento do caso e logo depois minimizou o assédio dos brasileiros e declarou “Eu desconheço esses casos, esses incidentes, mas não acho que isso seja um problema, não ocorreu tantos”. Já a advogada russa, Alyona Popova enviou uma carta endereçada a polícia de Moscou, que abriu investigações. O Ministério do Interior da Rússia abriu um inquérito formal contra os brasileiros, que podem ser proibidos de voltar ao país.

Polêmicas a parte o brasileiro disse que já faz planos para acompanhar a Copa do Qatar em 2022, “Mais uma Copa em um país de cultura muito diferente da nossa, em um destino que não seria uma óbvia escolha de férias é uma das coisas mais legais deste tipo de viagem, com o benefício adicional de ver a história de mais um mundial ser escrita”.