Como a Medicina Nuclear ajuda no aumento da longevidade

Outubro é o mês voltado para homenagear a terceira idade e reforçar a importância da saúde preventiva e dos hábitos saudáveis desse grupo. Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem mais de 33 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Outro levantamento feito pelo mesmo Instituto revela que, nos últimos 10 anos, a população do país ganhou 2,4 anos de vida a mais. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro é de 77 anos.

A longevidade é um campo extenso na ciência e na medicina. Cientistas da Europa, Estados Unidos, Brasil e diversos outros países estão regularmente à frente de estudos e pesquisas, para descobrir como ajudar a população a ter uma vida saudável e longa. A busca da longevidade hoje nos alerta para a importância dos cuidados com a saúde considerados essenciais para um bom envelhecimento e a alimentação correta sempre encabeça a lista.

Já se sabe que o aumento da expectativa de vida está diretamente ligado a fatores, que incluem a predisposição genética, hábitos saudáveis de vida, acesso a medicina e cuidados com a saúde, e até mesmo com o ambiente social em que o individuo vive. É também comprovado que o envelhecimento continua sendo o maior fator de risco para câncer, doenças cardíacas, Alzheimer, diabetes tipo 2, artrite, doenças pulmonares e quase todas as outras doenças graves.

Mas a medicina caminha a passos largos e a tecnologia foi sem duvida responsável por grandes avanços na área médica. A medicina nuclear que este ano celebra 100 anos de existência tem grande destaque nesta evolução. Segundo Felipe Villela Pedras, médico e especialista em Medicina Nuclear, a especialidade desempenha um papel crucial no cuidado da saúde e no aumento da longevidade.

" A Medicina Nuclear tem um papel significativo em melhorar a longevidade dos indivíduos, oferecendo diagnósticos precoces e precisos, monitoramento eficaz de tratamentos e orientação terapêutica, todos os quais são fundamentais para promover uma vida mais longa e saudável", explica o especialista da Clinica Villela Pedras.

Esta especialidade utiliza compostos radioativos para diagnosticar e tratar várias condições médicas. Em relação ao diagnóstico, os procedimentos de Medicina Nuclear, como a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET), possibilita a detecção precoce de diversas patologias, incluindo câncer, doenças cardíacas e neurológicas. "Detectar essas condições em estágios iniciais é essencial para um tratamento eficaz, contribui assim para uma vida mais longa e saudável", complementa o médico.

Além disso, a Medicina Nuclear auxilia na avaliação da resposta dos pacientes a tratamentos específicos. Por exemplo, é possível monitorar a eficácia de terapias anticancerígenas, permitindo ajustes personalizados no plano de tratamento. Essa abordagem personalizada melhora a eficácia dos tratamentos e pode prolongar a vida dos pacientes.

Outro benefício é a capacidade da Medicina Nuclear de guiar cirurgias e intervenções terapêuticas. O planejamento radioterápico assistido pelas imagens da PET, por exemplo, possibilita a entrega precisa de radiação a tumores, minimizando o dano aos tecidos saudáveis ao redor. Isso se traduz em melhores resultados terapêuticos e menor impacto adverso sobre a saúde, o que pode contribuir para uma maior longevidade e uma melhor qualidade de vida.

Os dados a favor da longevidade são positivos, ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa para as próximas décadas é que o número de idosos continue aumentando. Projeções estimam que, em 2060, três em cada dez brasileiros serão idosos. Mas além dos grandes avanços na medicina que o mundo têm assistido, é preciso que o ser humano faça também a sua parte, optando por uma rotina de hábitos saudáveis, incluindo alimentação adequada, prática de atividades físicas, evitar sedentarismo, fumo e bebidas alcoólicas e o gerenciamento do estresse, entre outros fatores.