A Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) fechou neste domingo, 10, com vistorias na estrutura de saúde do Monobloco, o planejamento do Carnaval 2019. Foram dez dias de atuação em toda a cidade, com equipes de plantão atendendo demandas recebidas na Central 1746 e fiscais inspecionando blocos e toda a área do Sambódromo, incluindo o Terreirão do Samba e entorno. Iniciada no último dia 1º de março, a operação resultou em 504 inspeções, 55 delas em pontos de blocos e 449 na área da Passarela do Samba, onde foram aplicadas 71 infrações. Os números se aproximam aos de 2018, mas com alguns recordes nos resultados, como a redução de 151% na inutilização de produtos impróprios ao consumo (de 138 quilos para 55 quilos este ano). Em termos de saúde pública, um dos maiores ganhos foi a diminuição em 25% dos riscos de alimentos. Das análises das amostras de 61 estabelecimentos feitas por técnicos do Laboratório Municipal de Saúde Pública, seis (10%) foram insatisfatórias, contra as 28 (35%) das 84 coletadas no ano passado que apresentaram alterações.
Nos eventos de maior movimento, como nos dias de desfiles das escolas especiais, as inspeções foram feitas por 115 fiscais sanitários, como médicos-veterinários, nutricionistas, enfermeiros e engenheiros. O efetivo é a metade do utilizado em 2018.
"Ampliamos as ações de orientação e a capacitação de ambulantes, manicures, massagistas, chefs de cozinha e até tatuadores, entre outros profissionais, para atuarem em pontos de folia. Iniciamos dois meses antes do carnaval as inspeções em eventos pré-carnavalescos e em estabelecimentos na rota dos blocos. Com isso, otimizamos o nosso efetivo e conseguimos fazer mais com menos", explica a veterinária Márcia Rolim, há dois anos subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonose da Prefeitura do Rio.
E como as capacitações gratuitas da Vigilância não param, de olho em outros grandes eventos, os cursos serão retomados já nesta segunda, dia 11, com boas práticas de higiene para atividades de tatuagem e piercing. Essa qualificação é uma das novidades implantadas nesse carnaval pela Vigilância, com um aumento de 25% em relação ao ano passado: de 719 para 891. Foram ainda ambulantes, manicures, garçons, chefs de cozinha e outros profissionais que trabalharam no Sambódromo.
Entre outras prévias, a Vigilância cresceu em 210% as inspeções em eventos pré-carnavalescos e nos quiosques, bares, restaurantes e hotéis na rota dos blocos. No ano passado, foram 277 vistorias com 52 quilos de alimentos descartados, contra as 848 realizadas esse ano, resultando em quase 900 quilos de produtos inapropriados inutilizados. Esses processos levaram a menos irregularidades nas fiscalizações feitas durante o carnaval. Outro avanço foi a obrigatoriedade da Licença Sanitária para Eventos Transitórios, instituída em janeiro desse ano pelo novo Código Sanitário do município.
"Foi a primeira vez que licenciamos as atividades para o carnaval. Emitimos 340 licenças e tivemos acesso a dados dos organizadores dos eventos e fornecedores de serviço de saúde e de alimentos, o que nos permitiu ampliar, por exemplo, a fiscalização de empresas fornecedoras da Sapucaí. E ainda considerando o risco sanitário como um todo, nossos técnicos atuaram mais em conjunto, o que nos permitiu agir em áreas até então não cobertas", informou o superintendente de Educação da Vigilância, Flávio Graça, adiantando que a exigência de licença neste carnaval não implicou na cobrança da taxa que começa a vigorar em abril.
Entre as novidades trazidas pela atuação em conjunto apontada por Flávio Graça está a vistoria nos espaços de beleza explorados por cabeleireiros, maquiadores e tatuadores no Sambódromo. Essas atividades passaram a ser também vistoriadas pela Coordenadoria em Saúde da Vigilância Sanitária, até então limitada a verificar o atendimento em ambulâncias e postos médicos na Passarela do Samba. Já nesse carnaval, essa equipe trabalhou com técnicos da Coordenadoria de Engenharia que fiscalizam serviços de descarte de resíduos, sistemas de ar-condicionado, exaustão, gás, água e esgoto, e ainda todos os ambientes de uso coletivo. As equipes estiveram juntas também em inspeções de cabeleireiros, barbeiros, manicures, maquiadores, massagistas, body piercier e tatuadores que, pela primeira vez, foram capacitados em higiene para procedimentos de beleza para a prestação de serviços na Passarela do Samba.
"A ação ficou mais completa, com os fiscais da Saúde verificando estruturas como a presença de lavatórios para a higienização das mãos dos profissionais, ao mesmo tempo que os fiscais da Engenharia conferem o sistema de abastecimento de água", detalha Virgílio Goncalves Lêdo, coordenador de Saúde da Subvisa.
Outras ações - Além das inspeções feitas na Passarela do Samba pelas equipes das coordenadorias de Alimentos, Engenharia e Saúde, a Vigilância Sanitária, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, manteve atendimento em tempo real no estande no setor 7, onde profissionais da Superintendência de Educação orientaram o público, como a menina Maria Eduarda, abre alas da Águias do Amanhã, escola mirim da Portela. Uma das ações foi a distribuição de mais de 11 mil folhetos com dicas de prevenção a riscos à saúde para os foliões