O homem que não fala, finalmente ouviu. No dia 11 de março, o presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, anunciou que não concorrerá a um quinto mandato. Essa tem sido a demanda de dezenas de milhares de manifestantes nas últimas três semanas. Bouteflika, de 82 anos, governa há 20 anos.
Um derrame em 2013 deixou-o confinado a uma cadeira de rodas e mal consegue falar. No entanto, ele seria o único candidato real em uma eleição em 18 de abril. Com ele fora da corrida, o pleito foi adiado.
Em uma carta divulgada pela mídia controlada pelo regime, Bouteflika reconhece seus problemas de saúde e diz que "deixará uma nova república nas mãos das novas gerações argelinas".
Não imediatamente, no entanto. A carta propunha um período de transição, com uma convenção nacional para redigir uma nova constituição que seria colocada em votação pública. Eleições seguirão. O calendário de tudo isso é vago, e Bouteflika presidirá um governo tecnocrático até a eleição. Fala-se de Lakhdar Brahimi, um veterano diplomata, encabeçando o esforço constitucional.
Um derrame em 2013 deixou Abdelaziz Bouteflika confinado a uma cadeira de rodas e mal consegue falar. Foto: Reprodução