A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio da 55ª DP (Queimados) e do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB), em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, realizam uma operação, nesta quarta-feira (17/01), para cumprir seis mandados de prisão e 36 de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua no município de Queimados, na Baixada Fluminense.
Esta é a 2ª fase da "Operação Hunter", deflagrada em julho de 2019, contra integrantes desta mesma organização criminosa. A ação está sendo realizada nos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica, na Baixada Fluminense, e nos bairros Bangu, Todos os Santos e Gardênia Azul, na capital do Rio. As equipes também cumprem mandados contra criminosos que já estão presos, com apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Entre os alvos está um miliciano, preso no último dia 9, quando se deslocava para um confronto com uma facção rival. Na ocasião, o criminoso estava com farto armamento bélico. As investigações revelaram uma suposta expansão territorial de milicianos da Zona Oeste do Rio para o município de Queimados.
Segundo os agentes, a atuação criminosa do grupo inclui a prática de delitos como homicídios, extorsões e agiotagem, além da exigência de pagamento de mototaxistas para que circulem pela região. A organização também cobrava "taxas de segurança" de comerciantes e de moradores de condomínios de Queimados.
Primeira fase, há três anos, prendeu ex-secretário de Defesa Civil de Queimados, Davi Brasil
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em conjunto com as Delegacias de Homicídio da Baixada Fluminense e da Capital e com o Serviço de Inteligência da Polícia Militar, deflagrou dia 18 de julho de 2019,, em Queimados, a operação “Hunter”, com o objetivo de prender o ex-secretário de Defesa Civil do município e atual vereador, Davi Brasil Caetano, e outras 23 pessoas ligadas à milícia e ao tráfico de drogas na região, com atuação em condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida”. A operação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário.
De acordo com as denúncias apresentadas pelo GAECO/MPRJ à Justiça, o grupo atua em três diferentes localidades do município - Condomínio Valdariosa, Condomínio Ulysses Guimarães e Condomínio Eldorado – subjugando a população local através da constituição de uma milícia privada.
Para o oferecimento das denúncias, foram reunidos inquéritos policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), bem como dados compartilhados de procedimento investigatório criminal (PIC) instaurado no MPRJ. Ao todo foram 32 denunciados. Oito já se encontram presos.
O vereador é considerado o líder da milícia conhecida como “Caçadores de Ganso” e também era o responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo desempenhada pelo grupo, adquirindo os materiais necessários à expansão das centrais clandestinas para ampliar sua área de atuação. Os outros integrantes do grupo atuavam em diferentes funções ligadas à atividade da milícia, tais como cobrança ilegal de taxas de serviços e por suposta segurança, observação de “inimigos” e prática de homicídios, entre outras.
O grupo manteve uma página em rede social, administrada por alguns dos denunciados, onde anunciava, previamente, quem seriam as suas vítimas. Por ocasião da Operação “Queimados Livre”, realizada pelo GAECO/MPRJ e DHBF no ano de 2017, foram identificados os criadores e administradores de tal página, sendo ainda realizadas buscas e apreensões, arrecadando armas e materiais relacionados à atividade do grupo.
No Condomínio Eldorado, dois dos denunciados, Alex Rodolfo da Silva, vulgo “Lequinho”, e William Eugênio Gonçalves, vulgo “Tengo”, além de integrarem o grupo miliciano, se associaram com o fim de praticar o comércio de entorpecentes. Por esse motivo, além de responderem pelo crime de integrar milícia particular, assim como todos os outros denunciados, com pena de reclusão de quatro a oito anos, “Lequinho” e “Tengo” também responderão pela prática do tráfico de drogas, com pena prevista de reclusão de três a 10 anos.
Fonte: Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro