O cessar-fogo foi negociado pelo Egito na segunda-feira (25), mas logo depois houve a ocorrência de ataques aéreos israelenses contra Gaza. Na segunda-feira pela manhã, antes do cessar fogo, uma casa foi atingida por um foguete lançado do território palestino. Setes pessoas ficaram feridas, entre elas um bebê de 17 meses.
Em retaliação, Israel reagiu com 15 ataques aéreos na Faixa de Gaza nesta terça-feira (26), incluindo os escritórios do líder supremo do Hamas, Ismail Haniyeh. O prédio foi destruído, assim como outro na cidade de Gaza, que os israelenses identificaram como a sede da inteligência militar do grupo.
Sete palestinos ficaram feridos. Não há relatos de vítimas fatais, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Comentando os foguetes disparados contra Israel, o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, disse: "Israel não tolerará isso. Não vou tolerar isso. Faremos o que for preciso para defender nosso povo e defender nosso estado".
A escalada de violência acontece no momento em que Netanyahu enfrenta uma corrida dura pela reeleição, em 9 de abril, sendo acusado de ser “brando demais com o Hamas”. O primeiro-ministro esteve indiretamente envolvido nas negociações do cessar-fogo através de mediadores egípcios e até mesmo permitiu que ajuda humanitária do Catar fosse entregue ao Hamas. Além disso, ele está enfrentando fortes alegações de corrupção.
O Hamas, entretanto, tem seus próprios problemas: os EUA reconheceram recentemente o controle de Israel sobre as Colinas de Golan e o bloqueio israelense-egípcio, sanções da Autoridade Palestina e a própria incompetência do Hamas agravaram a situação econômica em Gaza. Mais da metade dos que vivem na faixa estão desempregados.
Na semana passada, centenas de moradores de Gaza protestaram contra as condições precárias, mas o Hamas reagiu com violência e prendeu dezenas de pessoas. Em um comunicado, Haniyeh disse que os palestinos "não se renderão" e que seus militares "deterão o inimigo se excederem as linhas vermelhas".
Israel e o Hamas lutaram três guerras, a mais recente em 2014, que durou 50 dias e matou mais de 2.000 palestinos e 73 israelenses.