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Casos de dengue triplicam e Brasil é maior foco da doença no mundo

País é primeiro a oferecer vacina pública e gratuita, mas produção limitada não permite vacinação em massa

Por Portal Eu, Rio! em 29/01/2024 às 15:03:59

Com limitações na produção da vacina contra a dengue, pelo menos até o final deste ano, combate ao mosquito Aedes Aegyptii é foco na prevenção da doença. Foto: Ascom MS

O Brasil registrou, nas primeiras três semanas deste ano, mais de 120 mil casos de dengue, o que representa quase o triplo de registro em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados quase 45 mil casos. O país já tem também 12 mortes suspeitas pela doença neste início de ano. Quatro delas somente no estado de São Paulo.

O país também lidera o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões de casos em 2023. Segundo a OMS, a Organização Mundial da Saúde, esse número corresponde a mais da metade dos 5 milhões registrados no planeta.

A explosão de casos, de acordo com a entidade, pode ser explicada pela crise climática, que tem elevado a temperatura mundial e permitido que o mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti, sobreviva em ambiente onde antes isso não ocorria. Por isso, o Ministério da Saúde orienta que é necessário eliminar os criadouros, mantendo os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Leandro Martins, da Rádio Nacional, sobre o vertiginoso aumento dos casos de dengue no Brasil e no mundo.

A boa notícia é que o Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde, na semana passada, a vacina Qdenga, imunizante contra a dengue fabricado no Japão. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. No entanto, ainda não é possível uma vacinação em massa contra a doença, como aconteceu, por exemplo, no caso da covid.

Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Lembrando que o mosquito da dengue costuma picar durante o dia.

Desde o ano passado, o Ministério da Saúde, estados e municípios estão em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico do Brasil, coordenando uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses, unindo esforços e trabalhando pela conscientização sobre medidas de prevenção em todo o território nacional.

Diante do aumento do número de casos de dengue no Brasil, ressaltamos que o momento é de intensificar os cuidados e unir esforços para eliminar os focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e Chikungunya. Essa é a principal forma de evitar a transmissão das doenças. Não deixar água parada e estar atento aos locais que podem se tornar criadouros do mosquito em casa é fundamental, já que cerca de 75% dos focos estão dentro dos domicílios brasileiros. Vale destacar a importância de procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas como febre, dores nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceiras ou vermelhidão nos olhos. A dengue tem tratamento disponível no SUS em todo país e a demora para procurar atendimento pode agravar os sintomas.

A vacinação se soma as estratégias de combate à dengue que já estão em andamento. O Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) esclarecem que o processo de seleção das regiões de saúde prioritárias para imunização contra a dengue foi pactuado, ratificado entre os entes e seguiu rigorosamente as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Desde a incorporação da vacina pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), no dia 21 de dezembro de 2023, o processo de definição da estratégia foi elaborado de forma compartilhada, com diversas reuniões conjuntas para que a vacina fosse utilizada da forma mais eficiente para a saúde pública. O objetivo do Ministério da Saúde, conjuntamente com todos os entes, é oferecer as melhores tecnologias, medicamentos e vacinas para toda a população brasileira. No entanto, é necessário trabalhar com o cenário atual, com quantitativo insuficiente de doses disponíveis pelo fabricante para o SUS.

A definição de um público-alvo e regiões para a vacinação foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório – 6,5 milhões em 2024. A metodologia utilizada teve como ponto de partida os municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos 10 anos (com população igual ou maior do que cem mil habitantes). As regiões de saúde nas quais estes municípios estavam incluídos foram selecionadas e ordenadas de acordo com os seguintes critérios:

  1. Predominância do sorotipo DENV-2 (dezembro/2023);
  2. Maior número de casos no monitoramento 2023/2024 (SE-27/2023 a SE-02/2024).

Dessa forma, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir de 2024. Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa. Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde e também foi pactuado de forma conjunta.

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. É importante reforçar que a vacina contra a dengue é mais uma aliada na estratégia de combate à doença, que requer responsabilidade de toda a sociedade e gestores públicos.

Ministério da Saúde
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)


Por Portal Eu, Rio!

Fonte: RadioAgência Nacional e Ministério da Saúde

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