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Carlos Bolsonaro é alvo de buscas em operação sobre monitoramento ilegal da 'Abin paralela'

Polícia Federal aponta vereador como principal destinatário das informações obtidas de forma irregular

Por Cezar Faccioli em 29/01/2024 às 14:28:17

Polícia Federal busca cumprir nove mandados de busca e apreensão contra esquema de monitoramento ilegal, com Carlos Bolsonaro como um dos alvos. Foto: Ascom PF

O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é alvo de buscas em operação da Polícia Federal nesta segunda-feira. Os agentes da PF atuam em ação sobre possíveis destinatários de informações fornecidas com uso ilegal da Abin, Agência Brasileira de Inteligência.

A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Carlos Bolsonaro, no Condomínio Vivendas da Barra, e no gabinete na Câmara de Vereadores do Rio. A diligência na Câmara Municipal foi acompanhada pela segurança da Casa e um assessor do parlamentar. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

No total, são nove mandados, todos de busca e apreensão, cinco deles no Rio de Janeiro. Os outros quatro estão sendo cumpridos em Angra dos Reis, também no estado do Rio, Brasília, Formosa, no estado de Goiás, e Salvador, na Bahia.

Segundo as investigações, Carlos Bolsonaro seria a principal pessoa da família que recebia informações ilegais da Abin. Os agentes também investigam a suspeita de que ele seria o mentor do suposto esquema de espionagem ilegal, o que foi chamado de Abin paralela.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Priscila Thereso, da Rádio Nacional, sobre a nova fase da operação Vigilância Aproximada, que visa investigar esquema de monitoramento ilegal de autoridades, durante o governo Bolsonaro.

Esta ação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira, que investiga uma organização criminosa que teria se instalado na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas de interesse. O principal alvo é o ex-diretor da Agência e atual deputado federal Alexandre Ramagem.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público.


Por Cezar Faccioli
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