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Dinheiro do tráfico pode ter ajudado a financiar campanha vitoriosa para prefeito em Mesquita

Extorsão ao transporte alternativo também era recurso usado em campanha, segundo MP-RJ

Por Mario Hugo Monken em 27/03/2019 às 16:06:35

Foto: Divulgação

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPRJ) contra a quadrilha armada comandada pelo vereador de Mesquita Amaury Trindade da Silva revela que um dos membros do grupo, Rogelson Sanches Fontoura, o Gelsinho Guerreiro,teria supostamente usa do dinheiro do crime em sua campanha vitoriosa para prefeito da cidade nas eleições de 2012. Os recursos provinham de propinas pagas por motoristas do transporte alternativo que eram coagidos. Gelsinho Guerreiro comandou o município de 2013 a 2016.

Segundo citação na denúncia, houve ainda um Disque-Denúncia relatando que Gelsinho foi apontado como beneficiário da atividade de tráfico de drogas para angariar fundos financiadores de campanhas. O bando de Amaury teria cometido ao menos dez homicídios nos últimos 11 anos. Os nomes de dez vítimas constam na denúncia do MPRJ. Entre os mortos, estão um líder comunitário, além de usuários de drogas e cometedores de pequenos delitos.

O nome do próprio Amaury é citado como o autor de dois assassinatos em 2008 sendo que os crimes foram cometidos por dois dias consecutivos, sendo um deles por queima de arquivo.

O bando planejou matar um delegado e um promotor atuantes em Mesquita. O grupo tinha o nome de "UPP da Manoel Duarte" e atuava precisamente nos bairros Centro, Edson Passos, Santa Terezinha, Coreia, Chatuba, Vila Emil, Alto Uruguai e Cosmorama.

Ao todo, 20 pessoas foram denunciadas por participar do grupo e outros sete citados na acusação já morreram.

A quadrilha compelia diversos comerciantes e moradores de Mesquita a pagarem quantias em dinheiro a título de "taxa de segurança".

Um policial militar de vulgo Caetano participava do grupo. Além de responsável por diversos homicídios, ele valia-se de sua condição com circunscrição na área de Mesquita para maquiar os crimes cometidos pelos integrantes da quadrilha, uma vez que evitava fornecer, em sede de polícia judiciária, maiores informações sobre estes crimes.

A agiotagem era uma atividade criminosa praticada pela organização. Em uma das ações, uma vítima relata ter contraído um empréstimo no valor de R$ 3000,00 com um dos denunciados que passou a cobra-lo R$ 20.000,00 a título de juros.
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