Porto da Pedra retorna ao Sambódromo guiada pelo Lunário Perpétuo

Porto da Pedra, de volta ao Grupo Especial depois de onze anos, abriu os desfiles do domingo de Carnaval no Sambódromo. do Grupo Especial. O enredo aborda o Lunário Perpétuo, mistura de calendário e almanaque surgida na Idade Média. A beleza do carro abre-alas e as variações no toque da bateria, do samba ao xaxado e o baião, causaram impacto na avenida logo de cara. O refrão 'Quem acendeu as lamparinas desse céu?', em ritmo e referência nordestina, caiu no gosto das arquibancadas.

A escola de São Gonçalo fez um desfile de grande impacto visual, com inovações como a iluminação de led em tons lilás na saia das baianas, os ventiladores de enorme potência para efeitos visuais em 3D e o gancho para suspender um dos destaques no carro sobre a astrologia. O samba não figurava entre os mais cantados ou baixados pelo público em plataformas de streaming, mas cresceu na passarela. As alegorias exploravam a riqueza e variedade do universo do cordel e do universo nordestino. Destaque para as referências à obra de Ariano Suassuna, com um carro dedicado ao Auto da Compadecida e alas com base no Movimento Armorial.

A escola completou o desfile 50 segundos antes do prazo regimental, de 70 minutos. O último carro teve que ter uma pedaço retirado para conseguir fazer a curva e entrar na Marques de Sapucaí. No visual, não fez diferença, com aplausos das arquibancadas para o brincante Antônio Nóbrega, um dos destaques do enredo, que dançava sobre um enorme pandeiro. O incidente, contudo, teve reflexos sobre a evolução da escola, que teve que apertar o passo nos últimos dez minutos do desfile. A saída da bateria do recuo, entretanto, transcorreu sem problemas. Mais um tento dos ritmistas, que com isso se tornaram um dos trunfos para a escola tentar participar do Desfile das Campeãs, no sábado que vem, 17 de fevereiro.