A nova cesta básica deve ter o mínimo de alimentos processados e o máximo de comida natural. É o que determina o decreto assinado nesta terça-feira (5), pelo Presidente Lula, durante abertura da primeira Reunião Plenária do ano do CONSEA, Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Para a engenheira de alimentos e integrante da organização ACT Promoção da Saúde, Priscila Diniz, o novo decreto “representa um avanço significativo” na forma como se entende e se promove a alimentação no Brasil.
“Ele é um marco importante, pois consolida regulamentos que antes estavam dispersos e já não correspondiam mais à realidade e à necessidade da alimentação brasileira. Então, o decreto vem para substituí-los e atualizá-los. A grande novidade consiste no estabelecimento de bases de diretrizes para a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável, à saúde e ao bem-estar da população. E, pra isso, ele pauta as recomendações do guia alimentar para a população brasileira”, avalia.
Ouça no Podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre as mudanças na cesta básica de referência dos brasileiros, que passa a privilegiar alimentos naturais sobre os ultraprocessados.
O texto diz que os ingredientes básicos na alimentação dos brasileiros devem incluir leguminosas, cereais, raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; castanhas e nozes; carnes e ovos; leites e queijos; açúcares, sal, óleos e gorduras; e café, chá, mate e especiarias. Além disso, os itens devem ser, de preferência, agroecológicos, produzidos na região específica e de agricultura familiar.
Durante a assinatura do decreto, o Presidente Lula disse que depende do governo e dos atores sociais tirar, mais uma vez, o Brasil do mapa da fome.
No mesmo evento, o CONSEA entregou ao Presidente o relatório final da sexta conferência nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em dezembro do ano passado. O documento tem quase 250 propostas, para a elaboração do terceiro Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, para o período de 2024 a 2027.
De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 33 milhões de pessoas no Brasil “estão em situação de insegurança alimentar e nutricional considerada grave”. Em 2022, o Brasil voltou para o Mapa da Fome.
Fonte: Agência Brasil