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Um panorama da alimentação dos brasileiros

Nutricionista avalia e aponta pontos positivos e negativos da alimentação tradicional do país

Por Portal Eu, Rio! em 01/04/2019 às 10:04:40

Feijão e arroz, a dupla favorita dos brasileiros. Foto: Divulgação

Arroz, feijão, carne e salada... O que o tradicional prato do brasileiro nos oferece em termos nutricionais? Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 54% da população tem excesso de peso, enquanto 18,9% apresenta algum grau de obesidade. E essa alimentação diária tem influência direta nos níveis de sobrepeso, principalmente se o prato inclui uma seleção de alimentos de alto índice calórico (frituras, carnes gordurosas e industrializadas) e de baixo teor nutritivo.

Segundo a nutricionista Luciana Harfenist, dentro de um cardápio balanceado, a clássica dupla arroz e feijão pode apresentar diversos benefícios para o organismo. "O arroz branco é rico em amido, garantindo energia. Entretanto, quando comparado ao arroz integral, ele possui menor teor de vitaminas, minerais e fibras. Já o feijão é fonte de vitaminas do complexo B, sais minerais (ferro, cobre, magnésio, zinco, fósforo, cobre, cálcio e potássio) e aminoácidos, com destaque para a lisina", pontua a especialista.

Geralmente, a carne entra como a principal fonte de proteína no prato, possuindo ferro e vitamina B12, nutrientes também necessários para a produção de energia. "Ela também é rica em zinco, um mineral associado à produção de hormônios como testosterona e IGF-1, que atuam na síntese de massa muscular e óssea", diz. É importante ressaltar que em populações de baixa renda, a combinação arroz com feijão tem ajudado a evitar uma desnutrição proteica, pois, juntos, esses dois alimentos conseguem garantir a presença de todos os aminoácidos essenciais.

Porém, a alimentação tradicional ainda carece de muitos nutrientes. Uma pesquisa do Ministério da Saúde revelou que o cardápio da população possui muita carne gordurosa e pouca salada. "Apenas um em cada quatro brasileiros consome a quantidade ideal de frutas e verduras. Vitamina C (presente em acerola, mamão, couve e brócolis), vitamina K (folhosos verdes escuros) e ômega 3 (peixes, chia e linhaça) são os compostos que mais estão em falta", esclarece Luciana. Boas opções para incrementar o cardápio incluem tomate, pimentões, cenoura, abóbora, berinjela, brócolis, couve, repolho, couve flor, rúcula, nabo, rabanete e agrião.

Sódio e açúcar são os vilões

Entre os inimigos da saúde, o uso excessivo de sódio e açúcar e o consumo de alimentos industrializados e embutidos representam os hábitos mais nocivos. Segundo relatório divulgado pela FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a população dos países da América Latina está priorizando cada vez mais o consumo de embutidos ao invés de alimentos naturais. "Esses produtos possuem o dobro de gordura que as carnes in natura, principalmente a saturada, que é responsável pelo maior acúmulo do colesterol no organismo. Eles oferecem as três substâncias mais prejudiciais para o nosso corpo: gordura saturada, sódio e açúcar", explica a nutricionista.

Para mudar esse cenário, é necessário valorizar o consumo dos alimentos regionais e da safra, que tem mais teor de nutrientes e compostos bioativos. "Também é preciso que haja o aumento da disponibilidade desses alimentos saudáveis, bem como o incentivo da produção e oferta de alimentos orgânicos e agroecológicos, diminuindo o consumo de produtos industrializados", conclui Luciana.

De acordo com Luciana, dentro de um cardápio balanceado, a clássica dupla arroz e feijão pode apresentar diversos benefícios para o organismo. "O arroz branco é rico em amido, garantindo energia. Entretanto, ele possui menor teor de vitaminas, minerais e fibras, quando comparados ao arroz integral. Recomenda-se substituir o branco pelo integral por seu maior teor de vitaminas do complexo B, minerais e fibras que lhe conferem um maior estímulo sacietógeno, além de auxiliar na melhora da microbiota intestinal. Já o feijão é fonte de vitaminas do complexo B, sais minerais (ferro, cobre, magnésio, zinco, fósforo, cobre, cálcio e potássio) e aminoácidos, com destaque para a lisina", pontua a especialista.

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