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Assistente social lança livro com exemplos de ressignificação da dor

Pioneira no apoio em grupos de luto no Rio espera confortar leitores

Por Cláudia Freitas em 12/04/2019 às 17:01:18

Josy Anne perdeu o pai em um acidente que o ônibus despencou do viaduto conhecido como Tobogã, em Itaguaí. A economista Rosania de Oliveira perdeu a filha, na época com 26 anos, vítima de um câncer. Além dos dois fatos terem ocorridos em 2013, outro fio conduz as duas histórias. Ambas estão narradas na obra Oito Histórias de Saudade - para ressignificar o luto, da assistente social Márcia “Quannyn” Torres, que será lançado nesta sexta-feira (13/4), no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro.

O escopo do livro, baseado em fatos reais, se distancia do divã para valorizar a solidariedade entre enlutados - "livre de lições e abundante de compreensão", define a autora. Desfolheando a obra, o leitor encontra relatos dos participantes de grupos que Quannyn coordena presencialmente, no Rio de Janeiro. Ela é percussora desse serviço na cidade, desde 2011, quando criou o coletivo “Amigos Solidários na Dor do Luto”. Anos depois, a assistente social ficou à frente do programa A Vida Não Para, idealizado pela direção do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, tendo como padrinhos o treinador de futebol Abel Braga e a atriz Cissa Guimarães. O atendimento à população é gratuito, através de palestras quinzenais.    

“[No livro] Os integrantes compartilham as suas emoções e sentimentos de uma forma que emociona e toca qualquer pessoa que já perdeu um ente querido”, diz a assistente social. A vocação para acompanhar grupos de apoio ao luto foi descoberta pela profissional no momento em que ela apoiava uma amiga a elaborar a morte do filho. Atualmente, Márcia dedica a vida profissional no auxílio às pessoas enlutadas.

Quannyn salienta que o luto não elaborado tem levado muitos brasileiros aos consultórios médicos. "Ao longo da minha vida, com as minhas experiências e das pessoas que pude acolher, li muitos livros sobre o luto, e a maioria ensinava a superar tudo. No luto aprendi que nunca há superação. Entendo que há uma adaptação à nova vida e maneiras de transmutar toda aquela energia dolorosa em mais energia amorosa", avalia.

"Tenho buscado ajuda, porque é muito difícil conviver com a perda de um filho. Aqui, encontrei muito carinho, amor e apoio. Cada um fala da sua dor, da sua experiência, isso vai acalentando o coração", diz Maria de Fátima, que frequenta as reuniões da campanha A Vida Não Para. Já Rosania, conta como descobriu o trabalho de Quannyn. “Eu fiquei completamente transtornada e procurando resposta para o que tinha acontecido com a minha vida. Comecei a buscar na internet algo que pudesse aliviar o meu sofrimento, quando descobri as palestras da Márcia. O grupo do luto para mim, hoje, é uma família, onde encontro acalanto e tenho a certeza que não estou sozinha na minha dor”.

Serviço

Oito Histórias de Saudade, LM Editora. 112 páginas

Data:13 de abril de 2019

Horário: 11 horas

Local: Crematório e Cemitério da Penitência, prédio vertical (R. Monsenhor Manuel Gomes, 307, no Caju).

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