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Comissão de Educação aprova Dia Nacional de Prevenção ao AVC, o popular derrame

Doença é a segunda maior causa de mortes no Brasil, atrás apenas do infarto do miocárdio

Por Portal Eu, Rio! em 13/05/2024 às 07:26:11

Exames de imagem, cada dia mais sofisticados, ajudam na confirmação e na prevenção de casos de Acidente Vascular Cerebral. Foto: Ascom CFM

Nesta semana, a Comissão de Educação e Cultura (CE) aprovou o PL 3.533/2021, que institui o dia 29 de outubro como o Dia Nacional de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). A proposta recebeu manifestação favorável dos senadores Flávio Arns (PSB-PR) e Nelsinho Trad (PSD-MS), que defenderam a conscientização da população para realizar o diagnóstico precoce. O texto vai à sanção presidencial se não houver recurso para votação no Plenário do Senado.

No ano de 2020, dados do SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde – DATASUS, mostraram 99.010 mortes por AVC no Brasil (incluindo dados de infarto cerebral, o AVC isquêmico, AVC hemorrágico, hemorragia subaracnoidea e AVC não-especificado como isquêmico ou hemorrágico; CIDs G45-G46 e I60-I69).


Ouça no Podcast do Eu, Rio! reportagem da Rádio Senado sobre a aprovação do Dia Nacional de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral.

De acordo com outro registro, o portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela ARPEN Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), o número de óbitos por AVC no Brasil foi de 101.965, em 2019 e 102.812 em 2020, números parecidos com os dados oficiais do SUS, que podem variar um pouco de acordo com a metodologia aplicada nos critérios de busca (CIDs considerados na pesquisa). O AVC, de acordo com este mesmo banco de dados, já matou no ano de 2022, de 1º de janeiro até 13 de outubro, 87.518 brasileiros. O número equivale à média de 12 óbitos por hora, ou 307 vítimas fatais por dia, tornando o AVC novamente a principal causa de morte no país. No mesmo período, o infarto, por exemplo, vitimou 81.987 pessoas, e a Covid-19, 59.165 cidadãos.

Portanto, o AVC, que até meados da década de 2010-2015 era a primeira causa de morte no nosso país, passou para o segundo lugar, de forma similar ao que vemos no resto do mundo e em países mais desenvolvidos, e novamente em 2022, embora com dados menos oficiais (SIM x Registro Civil), retoma a posição de primeiro lugar em mortalidade no nosso país.

COMO OCORRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato.

Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes:

AVC hemorrágico: ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.

AVC isquêmico: ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

SINTOMAS INCLUEM CONFUSÃO E TONTURA

Existem alguns sinais que o corpo dá que ajudam a reconhecer um Acidente Vascular Cerebral. Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:

  • fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
  • confusão mental;
  • alteração da fala ou compreensão;
  • alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
  • alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
  • dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Importante: Caso qualquer um desses sintomas apareçam, é fundamental ligar para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU - 192), Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente a um hospital para avaliação clínica detalhada. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores serão as chances de sobrevivência e recuperação total.

DIAGNÓSTICO É POR EXAME DE IMAGEM

O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia.

Assim que o paciente chega ao hospital, entre os cuidados clínicos de emergência estão:

  • Verificar os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura.
  • Checar a glicemia.
  • Colocar a pessoa deitada, exceto se houver vômitos.
  • Colocar acesso venoso no braço que não estiver paralisado.
  • Administrar oxigênio, caso a pessoa precise.
  • Determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante.

Os procedimentos com finalidade diagnóstica em neurologia estão contemplados no Sistema Único de Saúde - SUS.

FATOR DE RISCO Nº 1 É HIPERTENSÃO ARTERIAL

Existem diversos fatores que aumente a probabilidade de ocorrência de um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico. Os principais fatores causais das doenças são:

  • Hipertensão;
  • Diabetes tipo 2;
  • Colesterol alto;
  • Sobrepeso;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Uso excessivo de álcool;
  • Idade avançada;
  • Sedentarismo;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Histórico familiar;
  • Ser do sexo masculino.

CAUSA DO AVC HEMORRÁGICO

O AVC hemorrágico tem como causa, principalmente, a pressão alta descontrolada e a ruptura de um aneurisma. No entanto, também pode ser provocado por outros fatores, como:

  • Hemofilia ou outros distúrbios coagulação do sangue;
  • Ferimentos na cabeça ou no pescoço;
  • Tratamento com radiação para câncer no pescoço ou cérebro;
  • Arritmias cardíacas;
  • Doenças das válvulas cardíacas;
  • Defeitos cardíacos congênitos;
  • Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), que pode ser provocada por infecções a partir de doenças como sífilis, doença de Lyme, vasculite e tuberculose;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Infarto agudo do miocárdio.

CAUSA DO AVC ISQUÊMICO

O AVC isquêmico se divide em quatro subgrupos, com causas distintas:

  • AVC isquêmico aterotrombótico: provocado por doença que causa formação de placas nos vasos sanguíneos maiores (aterosclerose), provocando a oclusão do vaso sanguíneo ou formação de êmbolos.
  • AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do coração.
  • AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em pessoas jovens e pode estar relacionado a distúrbios de coagulação no sangue.
  • AVC isquêmico criptogênico: ocorre quando a causa do AVC isquêmico não foi identificada, mesmo após investigação detalhada pela equipe médica.

NÃO FUMAR E NÃO TOMAR ÁLCOOL ALIVIA RISCO

Muitos fatores de risco contribuem para o aparecimento de um AVC e de outras doenças crônicas, como câncer e diabetes. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, dependem apenas da pessoa e são os principais para prevenir essas doenças.

  • Não fumar;
  • Não consumir álcool;
  • Não fazer uso de drogas ilícitas;
  • Manter alimentação saudável;
  • Manter o peso ideal;
  • Beber bastante água;
  • Praticar atividades físicas regularmente;
  • Manter a pressão sob controle;
  • Manter a glicose sob controle.

TRATAMENTO E REABILITAÇÃO PELO SUS

O tratamento do AVC é feito nos Centros de Atendimento de Urgência, que são os estabelecimentos hospitalares que desempenham o papel de referência para atendimento aos pacientes com AVC. Essas unidades de saúde disponibilizam e realizam o procedimento com o uso de trombolítico, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico.

A reabilitação pode ser feita nos Centros Especializados em Reabilitação (CERS). A melhor forma de tratamento, atendimento e reabilitação, que podem contar inclusive com medicamentos, devem ser prescritos por médico profissional e especialista, conforme cada caso.


Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Senado, Rádio Senado e Ministério da Saúde

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