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Família de baleado por grupo do Exército consegue mudança de hospital

Luciano Macedo está respirando por aparelhos e com quadro que sugere infecção generalizada

Por Cesar Faccioli em 16/04/2019 às 20:29:50

Segundo a perícia, carro foi atingido por 83 tiros disparados por militares. Foto: Reprodução

A juíza de Plantão no Tribunal de Justiça, Maria Isabel Ponzi, determinou a transferência imediata catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, internado no hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, subúrbio da Central do Brasil para o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Luciano foi baleado na ação de um grupo do Exército que alvejou com 83 tiros um carro em Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e resultou em uma morte e em duas pessoas feridas. Luciano segue internado em estado gravíssimo.

O catador foi baleado na segunda-feira (8) ao tentar prestar socorro à família do músico Evaldo Santos Rosa, que teve o carro alvejado por mais de 80 tiros e morreu no local. Nove dos doze militares presentes na ação foram presos em flagrante, a pedido do Ministério Público Militar.

De acordo com a advogada da família, Maria Isabel Tancredo, a necessidade da transferência é urgente e reconhecida em laudo pelos próprios médicos do Carlos Chagas.

"Luciano está respirando por ventilação mecânica, usando dreno de tórax e sedativos. Ele apresenta febre recorrente, sinalizando quadro de infecção generalizada, o que pode ser fatal. Os próprios profissionais do Carlos Chagas já fizeram tudo o que podiam e disseram que não tem estrutura física e de pessoal qualificado para os procedimentos que Luciano precisa agora. Mas, o sistema público de saúde ainda não o atendeu e por isso fomos à Justiça", disse.

A advogada acionou o plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no início da noite de terça-feira (16). A Justiça negou o pleito original, de transferência para Unidades de Tratamento Intensivo de hospitais particulares de alto padrão, como o São Vicente de Paulo, na Tijuca, o Samaritano ou a Rede D'Or, mas considerou que o Governo Estadual era solidário na responsabilidade perante o Sistema ùnico de Saúde, como a Prefeitura, e por isso era cabível a transferência para uma unidade pública melhor equipada.





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