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Atraso de salários dos servidores pode abrir caminho para impeachment de Crivella

Ex-secretário de Crivella, Paulo Messina criticou postura do prefeito

Por Jonas Feliciano em 17/04/2019 às 21:15:52

Foto: Reprodução de internet

Nesta terça-feira (16), em um discurso na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, o vereador Paulo Messina, ex-Secretário Chefe da Casa Civil do governo Crivella, criticou algumas medidas tomadas pelo atual prefeito do Rio de Janeiro. Na ocasião, Paulo disse está preocupado com a gestão e afirmou que a Secretaria da qual foi chefe está escancarando os cofres da prefeitura. Além disso, Messina também chamou a atenção para a possibilidade de atraso na remuneração dos funcionários municipais.

“É claro que houve uma situação emergencial por conta das chuvas. É claro que a Prefeitura precisa responder urgentemente e é claro que precisam ser tomadas providências, mas crédito sem compensação ou descontingenciamento do orçamento em abril, nem o primeiro quadrimestre acabou ainda! Não é possível que não se ache compensação em fonte vinculada, não é possível que não se ache compensação até dezembro. E vai se descontingenciar verba agora? Quero lembrar os senhores e também a Prefeitura que, em 2017, as contas do governo acabaram com um déficit de R$ 2 bilhões. Exatamente por conta dos créditos sem compensação, ou seja, cheques emitidos sem ter fundo na conta”, afirmou o vereador.

Ainda de açodo com ele, a prefeitura pode jogar fora todo o trabalho que foi feito em 2018 em relação ao equilíbrio fiscal. Paulo alertou que o crédito sem compensação é o pior dos cenários, além de todos os ajustes das pastas.

“Quando o quadro de detalhamento das despesas foi publicado, implicou desafios enormes para todas as pastas, justamente, para pagar o desafio de 2017. Esses desafios ainda não foram superados. Ainda faltam R$ 300 milhões para botar na saúde e outros vários desafios. À medida que se libera crédito suplementar, o remanejamento orçamentário futuro fica ameaçado porque está se queimando a pouca gordura que se tem de remanejamento orçamentário. Hoje, se não me falha a memória, em torno de R$ 500 milhões foram colocados no fundo de contingência e R$ 300 milhões já foram nestes últimos decretos. Nós estamos em abril ainda, toda a capacidade de remanejamento da Prefeitura vai ficar engessada para frente. Isso, no bom português, já coloca hoje em risco as contas públicas. Coloca hoje em risco o pagamento de salário dos servidores a partir de agosto e setembro. Coloca em risco os serviços públicos”, ressaltou Messina.

O ex-secretário também destacou que entende os anseios da Secretaria de Infraestrutura e Habitação e do Secretário Sebastião Bruno realizar obras, mas relembrou que se não houver uma união das secretarias, incluindo Fazenda, Saúde, Comlurb e outras entidades. De acordo com ele, isso pode acabar com a sustentabilidade fiscal da Prefeitura no segundo semestre. 

Paulo também citou os cinco decretos que somaram mais de R$ 300 milhões do fundo de reserva da Prefeitura. Em sua fala, ele apontou que a Controladoria Geral do Município não atestou o excesso de arrecadação.

“Os cinco decretos repetem 2017 e nós não podemos continuar assim. Temos montar uma junta, não pode se ouvir só uma secretaria. Toda coisa que se faz com pressa, toda solução fácil é errada. Se você não estiver suando a sua testa, há alguma coisa errada. Tem que dá trabalho para resolver. Se não estiver dando trabalho, se alguém estiver vendendo uma solução fácil, há algo errado. E há! Porque DEA e crédito sem compensação são duas bombas de retardo. Neste ritmo, a partir de agosto, já não haverá dinheiro para salário de servidor”, lamentou.

O que diz a Prefeitura

A reportagem do Portal Eu,Rio! procurou a Prefeitura do Rio para comentar as declarações do vereador, mas até o fechamento desta matéria não obteve nenhuma resposta.

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