Essa semana foi celebrado o Dia Mundial da Segurança Alimentar, data criada pela resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas com o intuito de dar visibilidade a temas como a fome no mundo, manuseio, conservação e consumo de alimentos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, 72,4% dos domicílios brasileiros (56,7 milhões) tinham acesso permanente à alimentação adequada, enquanto 27,6% (21,6 milhões) enfrentavam dificuldades na aquisição de alimentos. Os dados são do módulo Segurança Alimentar da Pnad Contínua do ano passado.
Para o Médico Nutrólogo Gustavo Medeiros, é importante dar visibilidade ao tema. “A segurança alimentar tem um impacto direto e significativo na saúde nutricional da população. Alimentos contaminados podem levar a doenças transmitidas por alimentos, que variam desde problemas gastrointestinais leves até condições mais graves como intoxicação alimentar severa, infecções bacterianas ou virais e até mesmo a longo prazo, doenças crônicas como câncer de estômago associado a certos tipos de bactérias. Consumir alimentos que não foram manuseados, armazenados ou preparados adequadamente pode resultar em deficiências nutricionais, já que o corpo enfrenta dificuldades para absorver nutrientes essenciais devido a danos no sistema digestivo causados por agentes patogênicos”, explica.
Estima-se que atualmente no mundo, uma em cada dez pessoas adoecem após consumir alimentos contaminados, e que 420 mil pessoas morrem a cada ano, sendo que crianças menores de 5 anos são as mais afetadas, com 125 mil mortes anuais. Por isso é sempre bom reforçar, a segurança alimentar também em casa. “Durante o preparo e armazenamento dos alimentos, é essencial adotar algumas práticas básicas, É fundamental manter a limpeza adequada das mãos, utensílios e superfícies de trabalho para evitar a contaminação cruzada. Os alimentos devem ser armazenados em temperaturas seguras, com carnes, laticínios e outros perecíveis refrigerados ou congelados adequadamente. Além disso, é importante cozinhar os alimentos até atingirem a temperatura interna recomendada para eliminar bactérias e garantir que frutas e vegetais sejam bem lavados antes do consumo. Essas medidas simples, mas eficazes podem significativamente diminuir o risco de doenças transmitidas por alimentos”, defende o profissional.
O Dia Internacional é uma oportunidade para intensificar os esforços na redução de doenças transmitidas por alimentos (DTA) e garantir a segurança alimentar. As DTA são causadas pela ingestão de alimentos ou água contaminados, com mais de 250 tipos conhecidos, majoritariamente infecções por bactérias, vírus e parasitas.
A data também mostra o como uma alimentação adequada, pode ajudar também na prevenção de doenças. “O ditado 'você é o que você come' encapsula perfeitamente a importância de uma dieta equilibrada e da escolha de alimentos seguros para a saúde geral e prevenção de doenças crônicas. Uma alimentação rica em nutrientes e livre de contaminações apoia todas as funções corporais, fortalecendo o sistema imunológico e reduzindo o risco de condições crônicas como diabetes, doenças cardíacas e certos tipos de câncer. Portanto, ao escolher alimentos que são tanto nutritivos quanto seguros, você investe diretamente na manutenção de sua saúde e bem-estar a longo prazo, garantindo que o corpo tenha os recursos necessários para operar em seu potencial máximo”, finaliza Gustavo Medeiros.