O presidente Lula se manifestou neste sábado (15) sobre o projeto de lei que equipara o aborto, após a 22ª semana de gestação, mesmo em caso de estupro, ao homicídio simples. A declaração foi em coletiva de imprensa durante o encontro do G7, na Itália e o presidente se posicionou "contra o aborto".
"Eu fui casado, tive cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como questão de saúde pública. E eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso".
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também disse nessa sexta que o governo não apoia o Projeto de Lei 1.904/2024. A proposta tramita na Câmara, com urgência aprovada na última quarta-feira (12), no dia em que Lula embarcou para Europa.
Ouça no Podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional com as declarações do presidente Lula criticando o PL que ameaça estupradas que venham a recorrer ao aborto após 22 semanas de gestação com penas maiores que a dos estupradores.
Na coletiva de imprensa, neste sábado, na Itália, Lula finalizou dizendo ainda, ter certeza que o que já existe na lei brasileira garante agir de "forma civilizada".
"Eu tenho certeza que o que tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com respeito. Para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima. Quando alguém apresenta uma proposta de que a vítima tem que ser punida com mais rigor que o estuprador, não é sério".
Lula volta para o Brasil neste sábado, à tarde, e o avião, deve pousar em Brasília pouco antes das 20h.