Quando a obsessão vira crime: aumenta no Rio número de casos de stalking

Um termo pouco conhecido vem se tornando a cada dia mais comum, especialmente nas delegacias e tribunais: stalking. Esse tipo de crime ocorre quando uma pessoa pratica ações planejadas e frequentes de invasão à privacidade de terceiros, ou seja, representa uma perseguição com padrão de comportamentos obsessivos. Num primeiro momento, quem está sendo stalkeado pode achar as atitudes inofensivas, mas com o tempo percebe que está correndo riscos.

Uma reportagem do jornal O Globo, publicada recentemente, aponta que esse tipo de crime está em uma escala ascendente no Rio de Janeiro. Apenas em 2024, já são 876 condenações no estado, o equivale em média a uma sentença a cada quatro horas, e esse volume já representa mais da metade do total de 2023. Os dados do Tribunal de Justiça do Rio divulgados na reportagem, mostram que as punições pelo delito de perseguição subiram 79% entre 2022 e 2023, passando de 952 condenações para 1.700. Já os números do Instituto de Segurança Pública sobre ocorrências de stalking revelam que 4.068 casos foram registrados no ano passado nas delegacias, um aumento de 43% em relação a 2022. Nove em cada dez vítimas são do sexo feminino. Quase 39% dos casos são na cidade do Rio. Os bairros com mais registros são Campo Grande, Centro, Recreio e Jacarepaguá.

Assista abaixo, na reportagem da Web TV Eu, Rio!, a entrevista com a presidente da ONG A.M.I.G.A.S, Ana Paula Sales, que foi vítima de uma tentativa de feminicídio. Antes do crime, Ana foi perseguida pelo seu ex-companheiro. Ela destaca a importante de a mulher identificar que está sendo stalkeada e de fazer essa denúncia antes de um possível atentado à sua vida.