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Filtro solar e proteção contra raios UV devem integrar rotina de prevenção do câncer até no inverno

Em áreas tropicais, como o Brasil, radiação põe as manguinhas de fora mesmo nos dias mais frios e nublados

Por Portal Eu, Rio! em 02/07/2024 às 10:58:37

Dermatologistas e oncologistas alertam para a necessidade de uso de filtro solar e moderar a exposição à radiação ultravioleta mesmo no inverno, em dias frios e nublados. Foto: Ascom Câmara de Vitória

Os cuidados com a exposição ao sol sempre foram mais associados ao verão. No entanto, o anúncio de um inverno atípico, com a previsão de termômetros registrando temperaturas acima dos 30 graus, como ocorreu na semana passada no Rio, faz com que uma recomendação seja ainda mais urgente e necessária: é fundamental se proteger dos raios ultravioleta (UV) em todas as estações do ano. O alerta, que é válido inclusive para os dias nublados, ganha força devido à importância da conscientização contra o câncer de pele, especialmente o melanoma, tipo mais grave da doença e que pode levar à morte.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no estado do Rio são esperados 23.590 novos casos de câncer de pele não melanoma anualmente, entre 2023 e 2025, sendo 12.270 em homens e 11.320 em mulheres. Em relação ao melanoma, são previstos 470 novos casos ao ano, 300 em homens e 170 em mulheres.

Ouça no Podcast do Eu, Rio! o depoimento da oncologista Andreia Melo sobre os cuidados para reduzir o risco de câncer de pele pela exposição à radiação solar, que em países como o Brasil é alta mesmo em dias frios e nublados.

Para quem não abre mão de aproveitar o clima quente nas praias e nos parques da cidade, entre outros locais ao ar livre, a recomendação é seguir algumas dicas, como evitar a exposição ao sol das 10h às 16h, período em que ocorre a maior incidência dos raios UV, e usar protetor solar corretamente, em todas as partes do corpo que ficam à mostra, reaplicando o produto a cada duas horas. É indicado ainda usar blusa de manga comprida, boné ou chapéu e óculos escuros, que servem de barreira física.

Médica da Oncoclínicas, a oncologista Andreia Melo ressalta que a intensidade da radiação UV varia conforme o período do ano, mas, dependendo da região do mundo, pode ser alta até em épocas com temperaturas mais amenas, como outono e inverno. É o que acontece em áreas tropicais e subtropicais, como o Brasil. Por isso, é fundamental manter os cuidados para evitar principalmente o câncer de pele não melanoma, que é o tipo de tumor maligno com maior ocorrência no país (31,3% do total de casos), seguido por mama feminina (10,5%) e próstata (10,2%), segundo dados mais recentes do INCA, lançados na publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil.

“O câncer de pele não melanoma é o que tem a maior incidência no país e atinge principalmente pessoas de pele clara. Mas a proteção é uma recomendação para todos. E, quando falamos do melanoma, ressaltamos que é o tipo mais grave da doença. Ele apresenta um comportamento biológico mais agressivo, se espalha mais rapidamente e pode levar à morte. Mas há outros tumores de pele que merecem atenção, devido à gravidade, como o carcinoma de células de Merkel. A recomendação é para se proteger, seja qual for a época do ano”, reforça Andreia.

A médica ressalta, ainda, que a exposição ao sol sem a devida proteção pode provocar efeitos imediatos à pele:

“É fundamental se proteger. Os raios ultravioleta podem fazer mal imediatamente, provocando vermelhidão, principalmente em peles mais claras, mas ao longo do tempo levam ainda ao envelhecimento e a neoplasias que têm relação direta com a exposição ao sol”.

Medidas de proteção em dias frios são praticamente as mesmas dos ensolarados

- Evite a exposição desprotegida da pele das 10h às 16h, quando a incidência de raios UV é mais intensa.

- Mesmo antes e depois desses horários, é recomendado proteger a pele com sombra (natural ou de guarda-sol, sombrinha e barraca), roupas, bonés, chapéus e óculos escuros com proteção UV nas lentes.

- Na pele, deve ser aplicado filtro ou protetor solar com FPS 30, no mínimo. Reaplicar a cada duas horas, em atividades de lazer e ao ar livre.

- Observar a própria pele e verificar a existência de pintas ou manchas suspeitas.

- Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para exame completo.

Vacina contra melanoma mostra eficácia de 75% em estudos internacionais

A edição de 2024 do Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado em Chicago no começo de junho, trouxe boas notícias no combate ao melanoma. Pesquisadores desenvolveram uma vacina, e estudos revelaram que 75% dos pacientes que receberam a medicação permaneceram livres do câncer após três anos.

O imunizante utiliza a mesma tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) da COVID-19. O estudo foi liderado por pesquisadores da Universidade de Nova York e combinou a inovadora vacina de mRNA-4157 (V940), da Moderna, com o Keytruda, da Merck (pembrolizumabe), uma imunoterapia já bem estabelecida. O tratamento foi administrado em pacientes após a cirurgia para remoção de melanoma em estágio III ou IV. Um ensaio clínico de fase III está em andamento, recrutando participantes, inclusive no Brasil.

“Uma vacina funcionando contra o câncer é algo que pode representar uma mudança de visão de tratamento em oncologia de uma maneira geral. Eu vejo esse avanço como um marco importantíssimo”, comenta Bernardo Garicochea, oncologista e hematologista da Oncoclínicas&Co, que esteve na ASCO e acompanhou a apresentação do ensaio clínico.

Por Portal Eu, Rio!
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