O Plenário aprovou nesta terça-feira (2) o projeto que inclui, para fins de cálculo de gasto mínimo na área de saúde, as despesas com custeio e investimento em hospitais universitários federais (PLP 72/2024). A proposta, que segue para análise da Câmara dos Deputados, afasta entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), que considera a compra de equipamentos e a reestruturação física dessas instituições como gasto em educação. O projeto de lei complementar incluindo no cálculo do gasto mínimo constitucional em Saúde as despesas de custeio e investimento em hospitais universitários federais teve 60 votos a favor e nenhum contrário. O PLP 72/2024 segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
O autor da proposta é o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), atual 1º vice-presidente do Senado. A relatora da matéria foi a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), que apresentou voto favorável à iniciativa.
— Eu queria lembrar aqui os colegas que os hospitais universitários oferecem a alta complexidade com o que existe de melhor de recursos humanos, que são os professores! É a academia oferecendo uma saúde de alta complexidade, em praticamente todos os estados brasileiros — afirmou Zenaide.
Segundo Veneziano, o texto pretende dar maior seguranc?a juridica para que o Ministerio da Saude possa destinar recursos discricionarios e de emendas parlamentares para os hospitais universitarios federais e para a entidade que os administra.
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O projeto visa diminuir a burocracia para os repasses aos hospitais. O projeto altera a Lei Complementar 141, de 2012 (que dispõe sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente por União, estados, Distrito Federal e municípios em ações e serviços públicos de saúde), para:
Para a relatora, a releva?ncia desses hospitais deve ser considerada no cumprimento do mandamento constitucional do direito a? saude, tanto no ensino e pesquisa quanto na assiste?ncia a? saude da populac?a?o. Zenaide argumenta que na?o e razoavel restringir o repasse de recursos a? mera remunerac?a?o pela produc?a?o de servic?os, como é feito atualmente, excluindo-se a possibilidade de realizar investimentos em equipamentos medico-hospitalares, entre outros.
A senadora ressalta que o projeto possui mérito ao dispor detalhadamente sobre em que hipoteses e para quais finalidades os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) podem ser utilizados para investimentos nos hospitais universitarios federais e para compor a base de calculo para fins de apurac?a?o do minimo constitucional.
Emenda acatada por Zenaide determina que as despesas de remuneração de pessoal ativo e inativo da entidade pública responsável pela administração dos hospitais universitários federais, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), sejam excluídas do cálculo do gasto mínimo constitucional em saúde.
— A relevância desses hospitais deve ser considerada no cumprimento do mandamento constitucional do direito à saúde, tanto no ensino e pesquisa, quanto na assistência à saúde da população. Os hospitais universitários federais, que somam 51 serviços hospitalares vinculados a 36 universidades federais, estão presentes em cerca de quarenta municípios e na quase totalidade dos estados da Federação — informou Zenaide.
Os senadores Izalci Lucas (PL-DF), Esperidião Amin (PP-SC), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Rodrigo Cunha (Podemos-AL), entre outros, elogiaram o projeto. O senador Rodrigo disse que o projeto vai valorizar os hospitais universitários e seus profissionais.
Fonte: Agência Senado e Rádio Senado