Cariocas começam o Brasileirão com realidades extremas

O Brasil continua sendo o maior campeão mundial no futebol, mas sem contar com o mesmo prestígio de antes, após os recentes fracassos nos gramados. Dentro do país com mais taças, o Rio de Janeiro também foi, outrora, o grande destaque. Um cenário que se distancia da realidade a cada ano. Na Era dos pontos corridos, o estado do campeonato local "mais charmoso" já acumula mais rebaixamentos do que títulos: foram três quedas vascaínas e uma botafoguense, contra dois canecos tricolores e um rubro-negro. Para 2019, a previsão é de disparidade. O Eu, Rio preparou um guia dos cariocas que, a partir deste fim de semana, buscarão cada um seu objetivo, de acordo com a realidade dos elencos. Sem deixar de lado a capacidade de protagonismo do imponderável neste esporte em que a superação muitas vezes fala mais alto do que a lógica.

BOTAFOGO

Momento: Eliminado de todos os turnos e da fase final do Carioca, além da queda para o fantasma de 1999, Juventude, na Copa do Brasil. É com este currículo que o Glorioso entra na competição. Sobrou "apenas" a Copa Sul-Americana para dividir as atenções com a liga nacional. De técnico novo, depois da demissão de Zé Ricardo, o time da estrela solitária estreia no sábado (27), às 16h (de Brasília), visitando o São Paulo, vice-campeão paulista, no Morumbi. Será o primeiro teste do novato Barroca na direção da equipe. A fuga do rebaixamento é o primeiro obstáculo a ser ultrapassado nas 38 rodadas que virão. 

Destaques: Diego Souza (foto) e Gatito Fernández

Em grande fase: Erik

 Time-base: Gatito Fernández; Marcinho, Joel Carli, Gabriel e Jonathan; Wenderson, Gustavo e João Paulo; Cícero, Erik e Diego Souza.

FLAMENGO

Momento: Euforia e decepção costumam se revezar historicamente no ambiente da Gávea. Nesta temporada não é diferente. O Rubro-Negro, depois de cair na semifinal da Taça Guanabara, faturou a Rio e o próprio Cariocão, ambos sobre o Vasco. Na Libertadores, começou com todo o gás, vencendo o San José na altitude boliviana e a LDU no Maracanã. Só que veio o inesperado revés, em casa, para o Peñarol. Em seguida, novo triunfo sobre o lanterna do grupo e derrota no Equador, resultado que obriga a equipe a pontuar em Montevidéu na última rodada para não depender de um insucesso caseiro da Liga de Quito contra o representante da Bolívia. Por tudo isso, Abel Braga e companhia não vão poder iniciar a campanha diante do Cruzeiro, sábado (27), às 21h (de Brasília), no Rio de Janeiro, focados somente em somar três pontos sobre a Raposa. O objetivo é o título, para um dos clubes economicamente mais poderosos do país na atualidade.

Destaques: Arrascaeta (foto) e Diego

Em grande fase: Bruno Henrique, Everton Ribeiro e Gabriel Barbosa

Time-base: Diego Alves; Pará, Léo Duarte, Rodrigo Caio e Renê; Cuéllar, Willian Arão e Everton Ribeiro; Gabriel Barbosa, Arrascaeta (Diego) e Bruno Henrique.

FLUMINENSE

Momento: Limitação, desempenho e resultado são as palavras-chave do Tricolor em 2019. Se o orçamento é apertado a ponto de impedir a montagem de um elenco contendo grifes, o clube tem conquistado a imprensa nacional com o futebol apresentado. Fruto do trabalho da aposta Fernando Diniz. No Estadual, quase deu certo. Bateu na trave na decisão do primeiro turno, contra o Vasco, e nas semifinais do segundo e da última fase. No caminho, eliminou e foi eliminado em confrontos contra o Flamengo. Já na Copa do Brasil, vem de um grande susto. Após vencer o Santa Cruz, por 2 a 0, no Maracanã, sofreu o mesmo placar no Arruda, em Recife. Mas sobreviveu aos pênaltis e vai disputar as oitavas de finais. Domingo (28), às 19h (de Brasília), em casa, o compromisso é contra o recém-promovido Goiás. Vale a chance de começar o BR-19 com o pé direito. A vaga na próxima edição da Sul-Americana é a meta mais palpável.   

Destaques: Paulo Henrique Ganso (foto) e Pedro

Em grande fase: Everaldo, Luciano e Yony González

Time-base: Rodolfo; Gilberto, Matheus Ferraz, Nino e Caio Henrique; Airton, Bruno Silva e Ganso; Everaldo, Luciano e Pedro (Yony González). 

VASCO

Momento: São Januário viveu a paz proporcionada pela série de vitórias, combinada com a invencibilidade, no início do ano. Porém, houve contestação ao rendimento da equipe de Alberto Valentim. E o castelo de areia foi demolido pelas derrotas nas decisões diante do Flamengo, valendo a Taça Rio e o Estadual. Ainda teve revés para o Santos, na Vila Belmiro, pela Copa do Brasil. O comandante caiu após a perda do segundo troféu para o rival local na temporada. Marcos Valadares, de forma interina, assumiu sem prazo de validade. Tudo pode mudar, se o português Jorge Jesus - com carreira de sucesso no Benfica e passagem pelo Sporting - aceitar o convite para dirigir a caravela cruz-maltina no Brasil. Enquanto isso, Valadares, que quase reverteu a vantagem do Peixe, toca o barco ao menos contra o Athletico Paranaense, na Arena da Baixada, em duelo de domingo (28), às 16h (de Brasília). A  instabilidade e o drama de 2018 levam a crer que evitar a quarta queda é o alvo. Um começo promissor, entretanto, pode melhorar o quadro das perspectivas.   

Destaques: Bruno César e Maxi López

Em grande fase: Fernando Miguel, Leandro Castán e Marrony

Time-base: Fernando Miguel; Raúl Cáceres, Werley, Leandro Castán e Danilo Barcelos; Raul, Lucas Mineiro e Bruno César; Yago Pikachu; Marrony e Maxi López.