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Dados sobre filhos no e-mail

Talíria Petrone sofre ameaças de morte caso não abra mão da candidatura a prefeita de Niterói

Deputada do PSOL presta queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância


Talíria Petrone recebeu por e-mail ameaças de invasão de seu gabinete e até de morte, caso não abra mão da candidatura a prefeita de Niterói. Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) fará uma denúncia à polícia nesta terça-feira (30) por receber ameaças de morte e ataques racistas e misóginos por e-mail. A intimidação enviada à parlamentar foi assinada supostamente por um homem, que apresenta informações sobre seus filhos e sua rotina. Ele exige que ela retire sua candidatura à Prefeitura de Niterói (RJ) e se retire da política. Caso contrário, ele prometeu invadir seu gabinete para ela “ficar furada como Marielle” (Franco), atear fogo em seu “corpo imundo”, incendiar o prédio provocando “uma catástrofe com centenas de mortos queimados”. Afirma, ainda, que caso não consiga matá-la no gabinete, ele fará um “massacre” no primeiro debate que tiver com seus adversários. Na ameaça, ele afirma que explodirá uma bomba no local depois de “dar tiros na cara e nas nádegas”.

Ouça no Podcast do Eu, Rio! o depoimento de Talíria Petrone sobre a nova rodada de ameaças e ofensas racistas e sexistas sofrida pela parlamentar, candidata do PSOL à Prefeitura de Niterói.

“Essa é uma tentativa grave de intimidar a nossa candidatura, que cresce na cidade. É uma tentativa de intimidar as mulheres que ousam dedicar sua vida à política. Não vamos recuar. Sei, inclusive, que minha responsabilidade vai além de Niterói. Sou uma deputada eleita com quase 200 mil votos. Farei de tudo para impedir a atuação do criminoso que ameaça a mim e à minha família. E seguirei dedicando força máxima nesta candidatura”, afirma a parlamentar.

Além de proferir palavras criminosas e misóginas — como “aberração”, “macaca fedorenta”, “cabelo de ninho de passarinho” e “favelada” —, o criminoso fez mais ameaças graves.

“É uma ameaça à democracia e ao próprio processo eleitoral na cidade. É fundamental responsabilizar o criminoso”, garantiu Talíria.

Os ataques também se estenderam a todas as mulheres negras ativistas e parlamentares. O criminoso se referiu à data do 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino e Caribenha, como “Julho das Macacas Pretas” e avisou que está “de olho nelas também”. O Julho das Pretas — criado em 2013 na Bahia — é a maior agenda conjunta e propositiva de incidência política de organizações e movimento de mulheres negras do Brasil. O autor das mensagens termina o conteúdo desejando “Feliz Dia da Macaca Preta Latino-Americana e Caribenha”.

“Eu só sou uma mulher negra na política porque muitas abriram caminho, como Benedita da Silva, para que a gente pudesse existir na política que ainda é tão branca e masculina. Nós não vamos desistir. Seguiremos juntas e unidas”, disse a deputada Talíria Petrone.


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