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Inclusão e solidariedade

Caminhada da inclusão leva famílias a emoção na capital carioca

Evento também contou com atividades musicais


Foto: Alice Santana e Vinícius Lima

Engajamento, inclusão e emoção. Esse foi o clima da Terceira Caminhada de Conscientização do Autismo, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, no último domingo (28). Diversas famílias levaram suas crianças (inclusive não portadoras de necessidades especiais), para o evento. O intuito era celebrar a vida, o amor, respeito e o trabalho realizado por profissionais dedicados com portadores de diferentes níveis de Autismo, fazendo a diferença em suas vidas.

O dia foi repleto de atividades além da caminhada. Roda de capoeira, jogos educativos, danças e show de banda formada por professores e crianças que participam do projeto Grupo Escolhas. Teve até Homem Aranha entre a garotada! Sem qualquer ajuda governamental ou patrocínio, os verdadeiros heróis estavam sem máscaras e vestes cinematográficas.

Um deles era João Pedro, 13 anos, participante do projeto há nove anos. O adolescente, também autista, é vocalista da banda Hollywood Medley, composta há três meses por professores e crianças que estão inseridas ou apoiam o Grupo Escolhas. O adolescente agradeceu o suporte dos familiares e falou sobre algumas experiências que são enfrentadas pelos portadores de necessidades especiais antes ou durante o tratamento.

"Tive a ajuda total da minha família para chegar onde estou. Foi fundamental para que eu estivesse falando, cantando. O Autismo não tem cara! Às vezes, sofremos bullying por conta da nossa forma de falar, conversar, pensar. O que pedimos para o mundo é apenas respeito e paciência", destacou o jovem, que também comentou que a iniciativa "ajuda a encarar esse mundo de preconceito", pois o "mundo é cheio de dificuldades e muito opressor".

Ao final do evento, o sentimento de esperança renovada de que a educação e o conhecimento, transformam a vida das pessoas de forma grandiosa e nos mais diferentes níveis foi coletiva de acordo com os participantes.

Com grande adesão do público cresce movimento em prol da conscientização do TEA (Transtorno do Espectro Autista)

Com o tema de "Autismo não tem cara!", Grupo Escolhas realizou sua terceira caminhada anual consecutiva, e é mais do que um alerta. O convite à reflexão para o olhar que dado à criança com necessidade especial. Alémdisso. o tratamento oferecido para esse público revela um trabalho intenso e gradativo por parte de familiares, educadores e ativistas sociais que abraçam a causa.

O aumento da demanda veio por pais que descobriram necessidades especiais em seus filhos e também pela grande procura de pessoas carentes. Estes sinais impulsionaram o trabalho de profissionais com visão inclusiva e que compõem o Grupo Escolhas há 10 anos. A psicopedagoga Glaucie Gladys, uma das responsáveis do grupo e do evento, explicou a principal missão do Grupo Escolhas e cobrou do poder público maior participação no fortalecimento da conscientização do Autismo.

"O objetivo é mostrar para as pessoas que o TEA (Transtorno do Espectro Autista) não é uma incapacidade. É apenas uma forma diferenciada da pessoa ver o mundo. Temos também autistas mais severos e, por isso, é importante a inserção das políticas públicas e principalmente para autistas adultos", ressaltou Glaucie.

Os profissionais atentam ainda que o trabalho de entendimento e inclusão da criança está muito ligado a adesão dos pais e as percepções nas diferenças de comportamento. Em muitos casos, as necessidades especiais são percebidas apenas em ambiente escolar. A pedagoga Aline Alves fez uma reflexão sobre a importância do professor e das escolas no papel educacional dessas crianças.

"O Professor precisa ser acolhido pela equipe pedagógica e a instituição precisa acreditar no processo da inclusão como valor. O processo de formação não precisa ficar centralizado em um dia específico", afirmou para completar em seguida. "Precisa existir diálogo e compartilhamento para de fato promover o melhor processo de ensino e aprendizagem para esses alunos, estabelecendo o que a lei nos garante: educação para todos. Esse é o nosso dever!".

Durante o evento de Conscientização do Autismo, a adolescente Maria Eduarda, 12 anos, e que não tem nenhum transtorno, se apresentou com a banda ao lado dos colegas. A menina revelou sua impressão no convívio com os amigos e da alegria que compartilham pela música.

"Participo da banda há poucos meses e tem sido uma experiência muito positiva. Eles são muito bons e não vejo nenhuma diferença em trabalhar com autistas ou não. É muito legal", contou a cantora. Ainda de acordo com a visão de Aline Alves, o acolhimento das crianças com Autismo não deve partir apenas das crianças típicas, mas também dos pais. "Esse é o nosso maior desafio. Vemos a necessidade da família buscar mais conhecimento, informação, para que ela possa trazer no diálogo e nessa troca a necessidade da aplicação das ações", conclui.

Solidariedade Criança e adolescente Campo Grande

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