O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou nessa terça-feira (6) as pautas prioritárias para o segundo semestre. Entre elas estão as medidas para compensar a desoneração da folha de pagamentos e a regulamentação da reforma tributária. Segundo o Pacheco a Casa deve funcionar normalmente, mesmo com as eleições municipais de outubro.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltou a discutir saídas para compensar as perdas com a desoneração da folha de pagamento. Nesta terça-feira (6), ele se reuniu com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com líderes do governo, senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Jaques Wagner (PT-BA). Pacheco disse que a ideia é encontrar soluções que não impliquem em aumento de impostos.
Nesta terça-feira (6), ele se reuniu com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com os líderes do governo, senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Jaques Wagner (PT-BA). Pacheco disse que a ideia é encontrar soluções que não impliquem em aumento de impostos. Ele elencou algumas possibilidades, como a repatriação de recursos no exterior, a regularização e atualização de valores de ativos, um programa voltado para o pagamento de dívidas de agências reguladoras, entre outras. Citou ainda a aprovação, pelo Congresso Nacional, da regularização das apostas esportivas e a taxação de compras até 50 dólares.
A avaliação de Pacheco quanto ao foco do trabalho no Congresso coincide ao menos em parte com o foco da bancada governista. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a prioridade do Palácio do Planalto neste segundo semestre será a regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024). Entre os pontos a serem discutidos, estão a definição dos itens isentos da cesta básica e o cashback, devolução de impostos das contas de luz, água e gás para famílias de baixa renda. Segundo Wagner, ainda não há definição sobre a retirada do pedido de urgência defendida pelos senadores.
Ouça no Podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Senado sobre as prioridades do governo na pauta econômica do Congresso neste segundo semestre.
Sem alta na Contribuição Social sobre Lucro Líquido de empresas, conta não fecha, diz IFI
Aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas é a única forma de compensar os valores que o governo federal deixará de arrecadar entre 2024 e 2027. A estimativa foi feita pela Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, nessa terça-feira (6) para o possível cenário de reoneração gradual sobre a folha salarial.
A reoneração da contribuição patronal previdenciária é discutida no âmbito do Projeto de Lei (PL) 1.847/2024, do senador licenciado Efraim Filho (União-PB). O texto estipula uma transição para a retomar totalmente a cobrança do tributo a 17 setores da economia em 2027. Mas os valores que seriam arrecadados pelo governo, caso a reoneração já estivesse em vigor, deverão ser compensados por outros meios. A negociação acontece entre governo e Legislativo, após envolvimento do Supremo Tribunal Federal (STF) na questão.
A nota da IFI prevê indicativos sobre o potencial arrecadatório das principais propostas discutidas pelos parlamentares. Segundo a instituição, nem a combinação de todas as demais propostas, sem a CSLL, dará ao Executivo o total de R$ 69,7 bilhões até 2027, desconsiderada a inflação.
O montante é a soma das renúncias de receita anual com a contribuição sobre a folha de pagamento que pode ocorrer com a transição, se o projeto for aprovado:
CSLL
A IFI considerou, nos quatro cenários analisados, aumento da alíquota de CSLL, que atualmente é de 21% para bancos, 16% para instituições financeiras em geral e 9% para demais setores. Caso o reajuste não seja acompanhado de outras medidas, em 2024 não haverá nenhuma arrecadação dos R$ 26,2 bilhões esperados. Isso porque o princípio da anualidade tributária não permite a cobrança de um imposto no mesmo ano de sua instituição. A medida ainda não é prevista em nenhum projeto de lei, mas pode ser incluída pelo relator do PL 1.847/2024, senador Jaques Wagner (PT-BA).
Nos anos seguintes, a alíquota pode ser alterada anualmente para assegurar que a arrecadação seja o suficiente para compensar a desoneração após 2024. Nesse caso, a maior majoração seria de 1,13 ponto percentual na alíquota em 2025, caso não sejam adotadas outras medidas, com gradual redução.
O único cenário em que a soma dos valores arrecadados entre 2024 e 2027 seria suficiente para compensar totalmente o governo federal é com o aumento da CSLL em um ponto percentual a partir de 2025 somado a outras cinco medidas discutidas pelos parlamentares:
A IFI ainda aponta que a recuperação de recursos “esquecidos” no sistema financeiro, que é a segunda alternativa que mais arrecada, pode ter apenas a metade do valor previsto, segundo uma “hipótese mais parcimoniosa”.
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Fonte: Agência Senado, Rádio Senado e TV Senado