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Na Sala Cecília Meireles

Bloco Afro mais antigo do Rio, Afoxé Filhos de Gandhi comemora 73 anos na Lapa

Evento será celebrado com presença do povo das religiões de matriz africana


Foto: Divulgação

A Sala Cecília Meireles, na Lapa, será o palco da comemoração dos 73 anos do Afoxé Filhos de Gandhi, o bloco afro mais antigo do Rio de Janeiro. O espaço, tão associado à música erudita, desta vez será tomado pelo som dos atabaques, numa celebração que também exalta a ancestralidade e a resistência. A festa faz parte do projeto Axé Rio, e acontece neste sábado (17), às 18h30, com ingressos a preços populares. Com o nome “Axé Rio apresenta Orquestra de Tambores”, o aniversário do Gandhi Rio ainda contará com a participação do Grupo Cultural Afro Filhos de Angola, Maxabomba, Grupo Afro Cultural Imalê Ifê e do Tafaraogi Afro Reggae. O evento, aliás, será uma forma de levar ao público um pouco mais sobre os blocos afros da cidade – ao todo são 36.

A festa será aberta com o toque dos Atabaques. Além disso, terá samba de roda, afoxé e samba black. Uma novidade será o “Samba do Avião”, de Tom Jobim, um dos clássicos da bossa nova, a ser executada em afoxé. A escolha da música para receber esta homenagem, segundo Célio Oliveira, presidente do Afoxé Filhos de Gandhi Rio, é para corroborar ainda mais com o amor pela Cidade Maravilhosa: “A canção enaltece o Rio de Janeiro, fala de sua beleza, do samba. Misturar o samba com afoxé, portanto, traz uma novidade que nos aproxima, une duas vertentes afro-brasileiras”.

Além desta surpresa para o público, o evento vai exibir um teaser do documentário “Afoxé Filhos de Gandhi RJ: 70 anos de carnaval”, de Rodrigo Moraes. O filme, lançado no aniversário do bloco do ano passado, demorou cinco anos para ficar pronto, e terá uma pequena exibição no evento da Sala Cecília Meireles. “Estamos fazendo um recital para as instituições e para o público em geral. Quero trazer nosso povo preto, nossas yalorixás, nossos babalorixás, em uma grande festa para o povo negro. Será uma satisfação ver a Mãe de Santo cruzando o tapete vermelho, toda bem paramentada, para ouvir a música preta”, explica o presidente do Afoxé Filhos de Gandhi Rio.

A presença feminina no tradicional bloco é um ponto a ser destacado. Entre seus 250 componentes, 80 são mulheres. “As baianas sempre desfilaram no Gandhi Rio. Na verdade, as mulheres sempre participaram do bloco, mas nos bastidores. Depois, acabaram entrando de forma mais efetiva. Hoje, o número de mulheres na parte administrativa é bem maior do que o de homens”, afirma Célio. A presença feminina, aliás, também está nos rituais e junto aos cantores e instrumentistas. Com um olhar para o futuro, em direção à inclusão e diversidade na associação, Célio almeja dar nova visibilidade ao bloco. É a retomada do Afoxé Filhos de Gandhi Rio, que já atingiu seu auge nos anos de 1960/1970, chegando a ter cinco mil integrantes desfilando pela Avenida Rio Branco.

Localizado na região da Pequena África, na Gamboa, um dos locais mais importantes e simbólicos para a população negra, a sede do Afoxé Filhos de Gandhi Rio, um casarão antigo na rua Camerino, é histórica. Lá era um dos pontos de engorda dos negros escravizados quando desembarcavam na cidade. Doentes e famintos eram cuidados para estarem aptos para serem vendidos. O casarão fica em um ponto estratégico na região e vem testemunhando todo o esforço, persistência e resistência da administração de Célio para criarem atividades para além do carnaval. “Nossas festas estão enchendo e temos a intenção de viajar para fazer shows. A associação realiza os cortejos de afoxé, rodas de samba. As oficinas de percussão, música e dança também movimentam e chamam a atenção”, comemora o presidente do bloco.

O Afoxé Filhos de Gandhi vem ascendendo na gestão de Célio, segundo gestor negro desde a fundação no Rio de Janeiro e à frente da associação desde 2020: o bloco recebeu a Medalha Mãe Beata de Iemanjá e a Medalha Tiradentes, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, e ainda foi reconhecido como bem cultural de natureza imaterial da cidade, através do decreto nº: 54.191 de 01/04/2024. Além de ter sido reconhecido pelo IPHAN como Ponto de Cultura da Pequena África. Isso garantiu a sua participação no Comitê Gestor da Pequena África, local onde foi instalado o maior porto de pessoas escravizadas do mundo, o Cais do Valongo.

“Este evento é o cartão de visitas da associação. O bloco tem sua importância e precisa voltar a ter reconhecimento, ser conhecido pelas novas gerações”, finaliza o presidente.

SERVIÇO:

Aniversário do Bloco Afoxé Filhos de Gandhi Rio – Axé Rio apresenta Orquestra de Tambores

DATA: 17 de agosto

HORÁRIO: 18h30

LOCAL: Sala Cecília Meireles

ENDEREÇO: Rua da Lapa, 47 – Lapa – Rio de Janeiro

Ingressos: R$ 30

Link para compra de ingressos no Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/aniversario-de-73-anos-do-filhos-de-gandhi-do-rio/2580390

Classificação Indicativa: 16 anos

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