Aumento da temperatura na Amazônia reduz absorção de gás de efeito estufa por bactérias
Capacidade de consumo de metano foi reduzida em 70% e, com aquecimento global, áreas antes consideradas sumidouros de metano podem se tornar fontes dele
Divulgado no primeiro semestre deste ano, o Relatório sobre o Estado Global do Clima, elaborado pela Organização Meteorológica Mundial, alertou sobre níveis alarmantes de aumento da temperatura do planeta, atestando mais uma vez que as mudanças climáticas representam um dos maiores desafios da humanidade.
Uma nova pesquisa realizada pela USP revelou como as comunidades microbianas, responsáveis pelo ciclo do metano – um gás de efeito estufa -, respondem a essas mudanças na Amazônia. Dentre as principais conclusões, trabalho em laboratório apontou que, com o aumento da temperatura, houve uma redução drástica na capacidade de consumo de metano em florestas de terra firme na Amazônia.
Liderado pela engenheira agrônoma e pesquisadora Júlia Brandão Gontijo, pós-graduada pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP com orientação da professora Tsai Siu Mui, o estudo foi publicado na revista Environmental Microbiome, em julho.
“Estamos vivendo hoje os efeitos das mudanças climáticas e as previsões são alarmantes”, afirma Júlia ao esclarecer que “o metano é um gás com poder de aquecimento [cerca de] 27 vezes maior que o dióxido de carbono”. De acordo com a cientista, é essencial entender como seus ciclos serão afetados pelas alterações.
Fonte: USP