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Saiba os desafios e soluções para reduzir impacto ambiental na produção de papel

Brasil está entre os dez maiores produtores do mundo de celulose

Por Portal Eu, Rio! em 21/08/2024 às 12:42:09

Foto: Divulgação

A produção de papel e celulose, fundamental para inúmeros setores econômicos, tem gerado preocupações crescentes quanto ao seu impacto ambiental. Segundo dados da FAO, em 2020 a produção mundial de papel foi de 518,4 milhões de toneladas. O setor é responsável por cerca de 35% do abate de árvores no mundo, contribuindo significativamente para o desmatamento e a perda de biodiversidade. Além disso, o processo de produção consome grandes quantidades de água e energia, gerando emissões de poluentes que afetam a qualidade do ar e dos recursos hídricos. O Brasil é um dos dez maiores produtores do mundo. Mas como as indústrias estão lidando com esses desafios?

Para o especialista em Equipamentos de Controle de Poluentes, Eletrotécnica e Meio Ambiente, Fabrício Palmeira, as indústrias precisam se atualizar com equipamentos que reduzam danos. “Hoje, as indústrias de papel e celulose dispõem de equipamentos e tecnologia para reduzir os impactos causados pela sua manufatura, que vão da queima da biomassa como restos de cascas, galhos que não são úteis para o processo de celulose, em caldeiras para geração de vapor que alimentam o processo, além de turbogeradores que produzem energia elétrica usada no próprio sistema de produção, caldeiras de recuperação responsável por recuperar e reutilizar produtos químicos e gases de combustão do processo e precipitadores eletrostáticos instalados nas chaminés para captarem as partículas sólidas que antes eram liberadas no meio ambiente”, explica.

Outra questão é que a produção de papel passa por um processo único, caracterizado por um consumo de energia elétrica em praticamente todas as suas etapas, como prensagem e refino. Além disso, há uma demanda significativa por vapor para a secagem do papel, porém, diferentemente de outros processos industriais, não há coprodutos disponíveis para a cogeração de energia, o que torna o consumo de energia mais específico e direcionado.

As soluções para os reparos de danos causados à natureza não são tão difíceis como aparentam. “A inovação é a chave para redução de poluentes na produção de papel e celulose, com a criação de novas tecnologias, como o sistema de branqueamento sem cloro, a implementação de equipamentos modernos de melhor reaproveitamento da água, a implementação de caldeiras de recuperação de maior eficiência e o uso de biocombustíveis na geração de energia. Atrelados a um sistema de gestão automatizado para simplificar processos, podemos reduzir a emissões a suprir a demanda de produção”, acredita Fabrício.

É preciso pensar em inovação, mas também investir em sustentabilidade nas empresas. “Implementando a padronização nos processos de produção e manutenção dos equipamentos fabris de papel e celulose, podemos criar metodologias que impeçam o surgimento de variáveis, que muitas vezes geram retrabalho, além do desperdício de recursos e matéria prima. Com investimentos em tecnologias, podemos implementar equipamentos de controle de maior confiabilidade, tratando todo o sistema de forma única e mitigando qualquer falha que possa haver durante a sua execução”, analisa o especialista em Equipamentos de Controle de Poluentes.

É preciso minimizar danos à biodiversidade e a tecnologia é uma grande aliada neste processo. “Com a implementação dela podemos reduzir os efeitos nocivos à biodiversidade nativa, utilizando equipamentos autônomos de monitoramento, que utilizam mapeamento espacial, aliados a sensores instalados nestas áreas, acompanhamos em tempo real, os efeitos causados nesses ecossistemas. Com tudo registrado de forma automática, podemos avaliar a melhor forma desse manejo”, finaliza Fabrício.

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