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Agentes rodoviários

Começa julgamento de policiais do Caso Heloísa, 3 anos, morta por tiros de fuzil no Arco Metropolitano

Réus estão sendo julgados pelo crime de homicídio, além de quatro tentativas de homicídio e fraude processual


Foto: Reprodução

Um ano após a morte da menina Heloísa, de três anos, durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o julgamento dos agentes envolvidos começou nesta terça-feira (10), na Justiça Federal, no Centro do Rio de Janeiro. A sessão deve terminar na próxima sexta-feira (13).

Os réus, Fabiano Machado Ferreira, Matheus Docioli Soares Viégas Pinheiro e Wesley Santos da Silva serão julgados pelo crime de homicídio, além de quatro tentativas de homicídio e fraude processual.

O caso ocorreu no dia 7 de setembro de 2023, quando a família de Heloísa passava pelo Arco Metropolitano e recebeu uma ordem de parada dos agentes rodoviários. De acordo com a versão da polícia, a abordagem fazia parte de uma ação de rotina para combater o roubo de veículos na região. No momento da abordagem, enquanto o pai da menina estacionava, os agentes dispararam e a criança foi atingida por dois tiros de fuzil.

No primeiro depoimento dos policiais prestado à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos que atingiram a menina. Ele disse que os policiais tiveram a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.

Heloísa foi socorrida e levada ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas morreu no dia 16 de setembro de 2023, nove dias após ter sido baleada.

A mãe de Heloísa, visivelmente abalada, deu um depoimento emocionado à imprensa. “Perdi minha filha de uma forma brutal e sem sentido. Eu só quero justiça. Nada vai trazê-la de volta, mas que pelo menos os culpados paguem pelo que fizeram”.

O caso continua a ser acompanhado de perto por organizações de direitos humanos e pela sociedade civil, que veem nele um reflexo da necessidade urgente de revisão das práticas policiais e do uso da força por agentes de segurança no Brasil.

A ONG Rio de Paz, fundada pelo pastor Antônio Carlos Costa, se movimenta na luta contra a violência, fome e corrupção, sobretudo nas comunidades do Rio de Janeiro, promovendo manifestações pacíficas na cidade e em Brasília. Há 17 anos, a ONG contabiliza casos de crianças, de 0 a 14 anos, mortas por armas de fogo – na maioria, bala perdida em comunidades pobres do Rio de Janeiro. De 2007 até agora, foram contabilizados 110 crianças mortas por armas de fogo, sendo 91 delas por bala perdida.


A última morte registrada foi a do menino Guilherme Souza de Assis, de 13 anos, morto a tiros na noite de sábado (04) enquanto participava de uma festa de aniversário no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Segundo testemunhas, criminosos do Comando Vermelho (CV) faziam um ataque à comunidade, dominada pela facção rival Terceiro Comando Puro (TCP). Um dos tiros deste confronto acertou a cabeça de Guilherme.

Na semana passada, dia 2 de setembro, a ONG Rio de Paz colocou uma placa em memória de Guilherme, na Lagoa Rodrigo de Freitas, entre a de Heloísa e tantas outras que homenageiam crianças e policiais militares assassinados no estado.

Este ano, o Rio de Janeiro será sede da Cúpula do G20, um evento importante que reúne os líderes das 20 maiores economias do mundo. A reunião é um fórum para discussão de políticas relacionadas à cooperação internacional, economia global, desenvolvimento sustentável, comércio, investimentos e mudanças climáticas.

“Não queremos que essas lideranças que vem de fora se encantem com a nossa beleza natural e capacidade de organizar grandes eventos. Nós queremos que corra pelo mundo a notícia de que nós resolvemos o problema da segurança pública no Rio de Janeiro, de modo que não haja mais famílias chorando sobre os caixões de parentes queridos.” diz Antônio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz.

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