A PF deflagrou nesta terça-feira (17) a Operação Buzz Bomb para reprimir o uso de aeronaves remotamente pilotadas pela maior facção criminosa do Rio de Janeiro contra forças de segurança, facções rivais e milicianos.
Na ação de hoje, policiais federais realizaram diligências com o objetivo de cumprir dois mandados de prisão preventiva – contra o líder da organização criminosa e o responsável por operar os drones lança-granadas, que é militar – e três mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro. As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do TJ/RJ.
Militar preso
O militar responsável por operar os drones – que tinha mandado de prisão preventiva em seu desfavor – foi preso no seu posto de trabalho.
Durante o cumprimento do outro mandado de prisão no âmbito da operação, policiais federais foram recebidos a tiros no Complexo da Penha. Na ação, quatro moradores foram atingidos por estilhaços de disparos feitos pelos criminosos, a princípio sem gravidade.
Para evitar um confronto armado de maiores proporções e preservar a população local, a equipe da deflagração optou por não prosseguir com a ação neste momento.
Investigações
As investigações foram iniciadas após um ataque de traficantes da referida organização criminosa contra milicianos, com a utilização de drones equipados com dispensadores capazes de arremessar artefatos explosivos, na comunidade da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio.
No curso das investigações, a PF identificou o militar responsável por operar a aeronave remotamente pilotada que foi utilizada no referido ataque, ocorrido em 15 de fevereiro deste ano. Além disso, os drones foram usados pela facção criminosa para monitorar as ações policiais realizadas no Complexo da Penha, bem como em outras áreas dominadas pelo grupo em questão.
Os alvos dos mandados de prisão preventiva – já denunciados pelo Ministério Publico Estadual (MP/RJ) – responderão pelos crimes de organização criminosa e posse de material explosivo, cujas penas somadas podem chegar a 14 anos de prisão.
A ação de hoje é fruto de um trabalho investigativo do Grupo de Investigações Sensíveis (GISE/PF/RJ) com o apoio da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ), que contou com a cooperação da Marinha do Brasil para o cumprimento do mandado de prisão do militar.
O nome da operação remete à história dos drones, que surgiram com uma inspiração em bombas voadoras alemãs conhecidas como Buzz Bomb. Tal armamento, criado pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu esse nome devido ao barulho que fazia enquanto voava.