Em 1996, a Mocidade Independente de Padre Miguel era campeã novamente com “Criador e Criatura”; os Mamonas Assassinas caíam num acidente aéreo, e PC Farias também “sumia do mapa”. O mundo esportivo se voltava para Atlanta, com os Jogos Olímpicos, e o Monza saía de linha depois de 14 anos de fabricação pela General Motors.
Neste contexto, o Rio de Janeiro ia para mais uma eleição, onde Cezar Maia era um prefeito com altos índices de aprovação e queria fazer o seu sucessor, um desconhecido para o grande público, mas que se tornaria um alto rival anos depois. Esta eleição tem um ineditismo, pois foi a primeira em que se usou a urna eletrônica, que se tornou um marco na forma de votar e que nos norteia até os dias atuais. A outra estreia deste pleito era de Luiz Paulo Conde, um arquiteto e urbanista respeitado, que estava como Secretário de Urbanismo da cidade no Governo Maia. Ele foi o projetista da Linha Amarela e idealizador de projetos como o Favela Bairro e o Rio Cidade.
Ele já tinha alguns projetos que foram incorporados à cidade anos depois, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o túnel da Grota Funda, a abertura de boulevards pela cidade e a revitalização da Zona Portuária. Porém, seu adversário era uma pessoa que se tornaria muito importante na década de 2000 e início dos anos 2010: Sergio Cabral Filho, que na época era Deputado Federal e era o candidato do Governador Marcello Alencar, vindo se candidatar ao executivo pela segunda vez.
O principal debate da cidade na época eram as grandes obras que estavam sendo feitas na cidade, de modernização, principal alicerce da dupla Maia-Conde. A esquerda se dividiu; o PDT veio com o político Miro Teixeira, e o PT vinha com o vereador Chico Alencar.
No dia 3 de Outubro, Luiz Paulo Conde e Sergio Cabral Filho foram ao segundo turno. No segundo turno, a disputa entre os dois foi ferrenha, com ataques de Cabral ao Conde, mirando seu padrinho político, Cezar Maia. No dia 15 de Novembro, Luiz Paulo foi eleito prefeito com 62,15% dos votos válidos, contra 37,83% de Cabral.
O governo Conde ficou marcado pela continuação dos programas Favela-Bairro e pela finalização da Linha Amarela, além da renovação de alguns lugares, como a Lapa e a Rua Primeiro de Março, que deram origem ao ressurgimento cultural e turístico do bairro da Lapa e do centro histórico.