Nesta terceira reportagem da série sobre as eleições municipais, vamos falar sobre o ano de 2004. Naquela época, o Rio de Janeiro já começava a viver o espírito do primeiro grande evento que a cidade iria receber: os Jogos Pan-Americanos, em 2007. Neste ano, o Facebook era criado e o Orkut já era uma febre na recém-criada Internet.
Neste contexto, a cidade iria para uma mais uma eleição com diversos candidatos conhecidos: Cesar Maia, o atual prefeito; Luiz Paulo Conde, querendo ser novamente mandatário da cidade; Jorge Bittar, que era Deputado Federal; e o novato Marcelo Crivella, que tinha sido eleito dois anos antes. Sem contar Jandira Fegalli, médica do PCdoB ligada à Saúde, que tentava um cargo no executivo pela primeira vez.
Uma das marcas dessa disputa era o baixo nível dos debates, com xingamentos e pseudônimos. Sem contar as diversas obras que estavam acontecendo na cidade, principalmente para o Pan Americano que iria acontecer.
Neste pleito, Cesar Maia foi eleito no primeiro turno, com 50,11%, seguido por Marcelo Crivella, com 21,83%, e Luiz Paulo Conde, com 11,18%.
O prefeito se dedicou a construir várias estruturas importantes, como o Museu Cósmico, o Parque Aquático Maria Lenk e o Estádio Olímpico João Havelange. No entanto, apesar das grandes obras e dos investimentos para o Pan, Maia enfrentou forte resistência da população devido a escândalos de corrupção que mancharam sua administração.
Esse contraste entre as promessas de modernização e os problemas éticos e administrativos moldou a percepção do público sobre sua gestão, refletindo as complexidades da política carioca na época. O legado de Maia, embora marcado por algumas realizações, ficou igualmente associado a um período de crise de confiança na política.