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Milicia de Rio das Pedras e Muzema teria braços na PM e na política municipal e estadual

Informação consta em um despacho de desembargadora da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça

Por Mario Hugo Monken em 12/05/2019 às 10:57:59

Foto: Reprodução de internet

A milícia que atua nas comunidades de Rio das Pedras e da Muzema, que ficam em Jacarepaguá e Itanhangá, ambos bairros da Zona Oeste do Rio, teria supostamente braços no Estado, Legislativos municipal e estadual e na Polícia Militar. A informação consta em um despacho da desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, da 4º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio em um processo contra os milicianos. Ela não citou nomes.

Segundo a magistrada,  a organização criminosa encontra-se operante e em franca expansão, subjugando milhões de cidadãos em extensas áreas territoriais da  Zona  Oeste da cidade do Rio de Janeiro, mediante coação, emprego de arma de fogo, corrupção de agentes públicos e prática de homicídios, tudo para garantir o lucro por intermédio de "serviços" prestados à revelia da lei, prejudicando o comércio, o meio ambiente com construções em áreas de proteção ambiental e a paz social.

"A organização, segundo os elementos informativos acima narrados, teria braços no Estado, no Legislativo municipal e estadual, assim como na Polícia Militar do Estado, o que denota uma gravidade concreta elevada, a justificar as cautelares extremas, até como forma de impedir que novas extorsões, corrupções e homicídios venham a ocorrer".

A desembargadora descreve nos autos que a   prisão preventiva dos suspeitos já presos e dos que se encontram foragidos,  também é necessária à instrução criminal, pois é público e notório que, diante das deficiências na  segurança    pública, testemunhas e parentes de vítimas têm fundado temor de prestar depoimento, especialmente porque, muitas vezes, moram em regiões dominadas por organizações criminosas.

De acordo com Gizelda, se faz ecessária se faz a prisão preventiva também para impedir a continuidade de possíveis crimes de lavagem de dinheiro, ainda pendentes de apuração preliminar. Ela afirma que a quadrilha  envolve utilização de violência e grave ameaça por organização criminosa armada (homicídios), com elevado número de membros, participação de PMs da ativa e inativa, possível lavagem de dinheiro em curso e supostas ramificações em órgãos licenciadores do município e   poderes  legislativos.

"A  milícia  controla vastos territórios, constituindo um poder paralelo, seja na prestação de serviços públicos essenciais como água e energia, extorquindo moradores, seja afetando o direito de ir e vir, seja explorando ilegalmente a atividade imobiliária, tudo mediante grave ameaça, o que, se verdade for, lesa,gravemente, os mais básicos direitos fundamentais de um número indeterminado de cidadãos", afirma

Os milicianos de Rio das Pedras e Muzema estão envolvidos com grilagem, construção, ramo imobiliário com venda e locação de imóveis, receptação de carga roubada, posse e porte ilegal de arma de fogo, extorsão de moradores e comerciantes da região mediante cobrança de taxas referentes aos "serviços" prestados pela quadrilha, ocultação de bens adquiridos com os proventos das atividades ilícitas praticadas através de "laranjas", falsificação de documentos públicos, pagamento de propina a agentes públicos, agiotagem, utilização de ligações clandestinas de água e energia para o abastecimento dos empreendimentos imobiliários ilegalmente construídos, prática de homicídio, uso da força como meio de intimidação e demonstração de poder e mantença da dominação territorial..

Um dos foragidos é o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, o Gordinho, que foi excluído dos quadros da corporação em razão de atuar como segurança particular de um criminoso conhecido pela alcunha de “Zé Personal”, notório contraventor da máfia dos caça-níquéis. Outro procurado é Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba. Entre os presos estão dois PMs suspeitos de liderar o bando: o major Ronald Paulo Alves Pereira e o tenente Maurício Silva da Costa, o Maurição. 

Procurada, a assessoria de imprensa do governo estadual informou que, na denúncia, não dá para saber se está se referindo ao Governo do Estado ou ao Estado como uma instituição. Com isso, não daria para o governo comentar sem ter certeza se é uma denúncia contra alguém da administração estadual.

Já a Polícia Militar esclareceu ,por meio de sua assessoria de imprensa, que investigações são competência da Polícia Civil. No entanto, se a corporação for notificada colaborará com toda e qualquer investigações que porventura envolvam policiais militares.

Já a assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) informou por volta das 17h30 de sexta-feira que seria difícil responder no mesmo dia porque é um caso na qual o Legislativo não tem detalhes e o presidente André Ceciliano/PT (o mais indicado para comentar o fato) não estava mais na Casa no horário.

A reportagem também procurou a Câmara Municipal do Rio. A assessoria de imprensa informou que a Casa não iria se pronunciar sobre o assunto

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