Noites de flashback continuam envolvendo simpatizantes dos passinhos

Para quem viveu os anos 70, 80 e 90, as músicas no estilo flashback são nostálgicas. Encontros casuais, com amigos, novas amizades e parcerias surgiam em torno dessa aura mágica. Os anos 70 começaram a bombar com o ritmo Disco e Soul, onde as pessoas iam para as discotecas com suas roupas psicodélicas e estilos vanguardistas.

No Rio de Janeiro bombavam na pista Donna Summer, Barry White, Billy Paul e ABBA e, nas carrapetas, Ricardo Lamonier, Big Boy e Monsieur Limá nas famosas casas noturnas New York City, Le Batou e Regine´s

Os anos 80 entraram arrebentando a boca do balão, com sucessos internacionais de bandas como A-ha, Duran Duran, Erasure e Tears for Fears entre outros. Também estourava o Rock Nacional, com grupos como Legião Urbana, Barão Vermelho, Biquini Cavadão e outras bandas que faziam sucesso nas pistas de dança.

Desde os anos 70, com o advento da Disco Music e devido a filmes como "Grease" e "Os Embalos de Sábado à Noite" (quem nunca quis dançar como o John Travolta?), surgia o movimento de dança em grupo nas pistas, que hoje em dia é conhecida como "Passinho", nas discotecas de Chicago, Nova York e Philadélphia, nos EUA. No Rio de Janeiro, incentivados pela febre das pistas, jovens faziam passinhos nos bailes de clubes como Municipal e Tijuca Tênis na Tijuca; AABB, na Lagoa; Clube Federal, no Leblon; Mackenzie, no Méier, Grajaú Country e Tênis, no Grajaú, entre muitos outros.

De acordo com Mônica Hillas e Denise Velloso, que fazem parte do grupo de passinho "Princesas do Flashback" existem grupos bem antigos como Flashdancers, Anacondance e Família Passinho. Segundo elas, antigamente, os grupos se reuniam e iam nos eventos para dançar fazendo passinhos bem difíceis que poucos conseguiam acompanhar. Havia uma rivalidade entre eles, que não interagiam e quase não se falavam. Atualmente, com o surgimento de novos grupos, há uma grande harmonia na pista, já que todos dançam juntos harmoniosamente.

"Princesas do Flashback" dando pinta no Tijuca Tênis Clube. Mônica Hillas é a primeira à direita. Foto: Reprodução Facebook.

Entre as décadas de 70 a 90, o Rio de Janeiro teve um boom de casas noturnas, boates e discotecas como Hippoppotamus, Regine´s, Le Batou, Mikonos, Help, Le Maxim´s, Resumo da Ópera e Babilônia, entre muitas outras, que faziam sucesso entre a garotada. Vinham jovens de outros estados e até outros países para conhecer a "night" carioca.

A Mariuzzin foi uma dessas casas noturnas, que recebiam muitos famosos, como Pelé, Jô Soares, Xuxa, Angélica e Maurício Mattar, entre outros. As boates tocavam desde rock internacional até músicas nacionais. Residente nesta casa desde 1992 como DJ, Roberto Sabino diz que o diferencial da danceteria eram os drinks, como o famoso "Lagoa Azul".

O DJ Roberto Sabino, que já foi residente em boates como Le Maxims, Resumo da Ópera e Babilônia, avalia que a defasagem de discotecas e boates se deve à mudança cultural e de geração, já que os jovens hoje buscam a sua identidade em estilos musicais variados que não tem mais nada a ver com as músicas de antigamente. Porém, existem muitas músicas antigas, das décadas de 70 e 80, que ganharam novas roupagens, inclusive em festas eletrônicas, sinal de que os flashbacks são músicas de qualidade que ninguém esquece. Porém, entre 1997 e 2000 começou uma decadência dessas discotecas e muitas foram vendidas para virar prédios, cinemas e igrejas.

Atualmente, os bailes de flashback acontecem em clubes, restaurantes e casas de festas, o que não descaracteriza seu glamour. Os grupos de passinho (que tem seu estilo de vestir e se apresentar únicos) e DJs, ao divulgarem que vão a determinado evento, levam seus admiradores e o público simpatizante do estilo a diversas pistas.

O Rio de Janeiro está repleto de eventos de flashback para todos os gostos e bolsos. Procure nas redes sociais qual faz mais o seu estilo e divirta-se!