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Gonçalves teme que saída de Valentim prejudique Botafogo

Ex-jogador revela desejo de atuar como dirigente do clube no futuro

Por Gabriel Gontijo e Rosária Farage em 08/07/2018 às 00:37:02

(FOTO: Vitor Silva / SSPress)

Zagueiro com passagem marcante pelo Botafogo (com destaque para o título brasileiro de 95) e eterno ídolo da torcida, o ex-jogador Gonçalves torce para que a saída do técnico Alberto Valentim para o futebol árabe não prejudique o time, mas acredita que em um primeiro momento o elenco possa sentir a troca de comando. Em entrevista exclusiva ao Portal "Eu, Rio!", ele também destacou a surpresa que teve com a decisão do agora ex-comandante do clube.

"Assim como todos os torcedores e dirigentes, eu também fui pego de surpresa, até porque não tinha nenhuma especulação a respeito. Mas essas ofertas são normais no futebol atual. Isso mostra que os treinadores brasileiros voltaram a ficar valorizados no futebol mundial, principalmente no Oriente Médio", disse.

Ainda de acordo com o ex-atleta, a mudança na filosofia de trabalho pode prejudicar o time após a saída de Alberto Valentim e a chegada de Marcos Paquetá.

"Normalmente, trocar de treinador durante a competição quando o time está desenvolvendo um bom futebol, não é benéfico. Mas tomara que o Marcos Paquetá tenha ideias parecidas com as do Valentim e que os jogadores continuam rendendo como antes. Quem sabe o novo treinador não motive alguns no elenco que não vinham rendendo antes? Isso pode contribuir até pra melhorar o nível do grupo".

Gonçalves teve uma experiência como dirigente no Avaí. Afirmando que estudou e se preparou muito para exercer a função, ele admite a vontade de um dia atuar no clube pelo qual aprendeu a amar, mas também demonstra certo cuidado com uma possível chance de trabalhar no Glorioso.

"Sempre foi um sonho meu, mas é um caso a pensar. Sempre foi um desejo, mas ao mesmo tempo fico um pouco receoso com as dificuldades do clube, até em função do momento atual e da minha identificação com a torcida. Mas eu me sinto capacitado pra trabalhar numa gestão esportiva onde possa colocar em prática o nosso conhecimento. Até o momento não me deram oportunidade, mas nunca perdemos a esperança. Quem sabe um dia?", revelou.

Veja abaixo outros trechos da entrevista.

Recentemente, você trabalhou como diretor de futebol do Avaí. Como avalia a sua passagem pelo time catarinense?

Eu trabalhei no Avaí durante o ano de 2016, chegando ao final de 2015. Na época encontrei um clube de 3 a 4 meses de salários atrasados e com pouca estrutura. Montamos um departamento de análise de desempenho, além de criar um núcleo de inteligência do futebol. Embora os recursos fossem escassos, a equipe desenvolveu dentro do planejado. Também unificamos o departamento profissional junto com a base. Ainda que eu não tenha ficado até o fim da temporada, creio que contribuí para o objetivo maior do Avaí, que era o acesso pra Série A em 2017, até porque eu montei praticamente 90% da equipe.

Pretende seguir carreira como dirigente?

Eu me preparei bem pra exercer esse trabalho com competência e capacidade. Não tive oportunidade de continuar a exercer nessa função. Atualmente estou nos Estados Unidos acompanhando a evolução do futebol na América do Norte, até porque não podemos nos prender só ao mercado brasileiro. Como não tive oportunidade no Brasil, saí pra ampliar meu leque e trabalhando meu inglês pra atuar em outros mercados no mundo que tem aceitado trabalho com brasileiros.

Porque o Gonçalves, pela experiência que tem, não está colaborando com a atual diretoria?

Olha não sei o por que. Todo o ano, quando trocam o diretor executivo de futebol, a torcida sempre se lembra do meu nome. Mas infelizmente nunca tive um convite, mesmo com toda a preparação que eu tive.

Acredita que os ídolos alvinegros poderiam ser mais bem aproveitados pelo clube?

Com certeza. O Botafogo poderia aproveitar melhor seus ídolos, seus ex-jogadores que se prepararam pra exercer funções dentro do clube. Não só como treinadores do profissional, mas como treinadores de goleiros, preparadores físicos. Tem várias funções dentro de um clube que poderiam ser mais bem aproveitados por gene que já jogou pelo time. Acho que isso é questão de cultura. Infelizmente não existe esse tipo de filosofia e até triste ver que um ex-atleta que se destacou quando jogava não tenha a oportunidade de atuar em outra função depois que parou de jogar no mesmo time entrou para a história.

O clube está em vias de negociar o zagueiro Igor Rabelo para o futebol europeu. Qual a sua opinião?

Ele é um excelente zagueiro. Claro que ainda vai amadurecer mais, porém tem tudo pra continuar sendo mais seguro. É natural que ele oscile um pouco, mas é alguém promissor.


(FOTO: Vitor Silva / SSPress)

Acha que o Igor Rabelo tem caixa para dar certo na Europa?

Não tenho dúvidas. Se for para um grande time europeu, tem tudo pra crescer mais e também ser chamado pra seleção brasileira.

Dá para dizer que ele caminha para chegar no mesmo nível do Thiago Silva, Marquinhos, Pedro Geromel e Miranda, ou isso é precipitado?

Não. Pra chegar ao mesmo nível ele precisa amadurecer mais. Mesmo ele tendo qualidade, o zagueiro só amadurece por volta dos 26, 27 anos. Isso deve acontecer ao logo da carreira dele.

Você acha que ele tem potencial para estar na seleção na Copa de 2022?

Potencial sim, mas vai depender muito desses próximos quatro anos, de onde estará jogando, do quanto pode evoluir e do aprimoramento do potencial que ele já demonstrou ter. Isso a gente só pode aguardar e torcer pra que ele tenha muito sucesso. Além de um bom jogador, ele tem um excelente caráter e é uma grande figura humana.

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