investigações, conduzidas pela Delegacia do Consumidor (Decon), revelam que houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes de HIV/AIDS pelo Laboratório PCS Saleme. A análise das amostras deixou de ser realizada diariamente e se tornou semanal, com o objetivo de diminuir custos.
– Quando soube do fato, imediatamente determinei que a Delegacia do Consumidor instaurasse inquérito e realizasse as diligências com rigor e celeridade, o que culminou na operação desta segunda-feira e o cumprimento de medidas cautelares – disse o secretário de Estado da Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
A Polícia Civil segue em diligências para apurar a cadeia operacional relacionada à elaboração dos laudos. A questão contratual com o laboratório também está sendo investigada. O laboratório tinha contrato assinado com a Fundação Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, para realizar exames de análises clínicas e de anatomia patológica em todas as unidades da rede. O contrato foi assinado em dezembro de 2023, mas foi suspenso pela secretaria após a divulgação de informações sobre a contaminação de pacientes transplantados.
Na segunda-feira (14/10), agentes do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) realizaram a 1ª fase da "Operação Verum”, . Nas diligências, prenderam o sócio controlador do laboratório, o médico Walter Vieira, tio do deputado federal Dr Luizinho, do PP, ex-secretário de Saúde do Estado do Rio, e um técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes. O PCS Saleme, com sede em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é investigado pela emissão de laudos falsos que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV.
Duas pessoas são consideradas foragidas. Os agentes também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em diversos endereços.
– Assim que tive conhecimento dos casos determinei a apuração imediata dos fatos. Todos os envolvidos serão investigados e os culpados serão punidos com o rigor da lei. Esse crime atenta contra todo o estado e daremos uma resposta dura – declarou o governador Cláudio Castro.
A Delegacia do Consumidor também investiga se o laboratório falsificou laudos em outros casos. “Determinei imediatamente a instauração de inquérito, atendendo determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, afirmou o secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, por meio de nota.
Por meio de nota, as defesas de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudiaram “com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”, disseram.
Fonte: Agência Brasil e Polícia Civil