A Justiça Eleitoral divulgou na tarde deste domingo (27) de eleições que desconhece suposta orientação de voto da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSol). “Não chegou ao conhecimento do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo nenhum relatório de inteligência nem nenhuma informação oficial”, respondeu a assessoria de imprensa do TRE-SP em consulta da Radioagência Nacional (EBC).
Boulos entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) na 1ª Zona Eleitoral por abuso de poder político e abuso no uso indevido dos meios de comunicação, contra o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ao lado do prefeito Ricardo Nunes (PMDB), candidato à reeleição, o governador paulista afirmou, sem apresentar provas, que integrantes da facção orientaram parentes e apoiadores a votarem em Boulos.
A declaração de Tarcísio de que “teve o salve” do PCC pedindo voto em Boulos foi dada em entrevista coletiva no colégio Miguel Cervantes, na zona sul de São Paulo, onde vota o governador.
A acusação sem provas foi feita pelo governador, neste domingo (27), depois de ter sido questionado por jornalistas sobre a interferência do crime organizado na eleição de Taboão da Serra, cidade da região metropolitana de São Paulo. No último dia 18, o candidato à prefeitura do município pelo Podemos, José Aprígio da Silva, sofreu um atentado a tiros.
Na ação de Boulos, o advogado Francisco Octavio de Almeida Prado Filho, afirma que “a utilização do cargo de Governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente.”
.“A finalidade eleitoral fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas”, diz Prado FIlho.
Para a defesa de Boulos, a atitude do governador foi “coordenada” com a campanha de Ricardo Nunes, “de forma abusiva e criminosa, durante o horário de votação.”
Na entrevista coletiva após o encerramento das urnas, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral em São Paulo, desembargador Silmar Fernandes, disse que o processo ainda receberá a devida instrução, quando são ouvidas as partes envolvidas e apresentação (ou não) das provas. No entanto, ele descartou qualquer medida imediata com relação ao pleito deste domingo (27) e ressaltou que, mesmo que haja punições, existe a possibilidade de recurso ao Tribunal Superior Eleitoral – TSE.
A reportagem entrou em contato com o governo de São Paulo para pedir um posicionamento sobre o caso e mantém o espaço aberto para posicionamento.
Agência Brasil e RadioAgência Nacional